Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Lula pede ao BC mais rapidez na queda dos juros

KENNEDY ALENCAR

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Surpreso com o tamanho da retração da economia no final de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem mais rapidez na redução dos juros. Em reunião no começo da noite com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central), que não estava prevista na agenda, Lula disse que o mais adequado é uma queda de 1,5 a 2 pontos na taxa básica.

Conforme a Folha apurou, Lula disse estar convicto de que o BC demorou ao iniciar o processo de queda da taxa de juros apenas em janeiro. Agora, com a diminuição no nível de atividade econômica, há espaço para ser mais agressivo sem prejudicar o controle da inflação. Para Lula, não seria adequando manter o ritmo de queda de um ponto percentual a cada 45 dias, prazo em que os diretores do BC se reúnem para discutir o assunto.

Meirelles se encontrou com Lula logo após participar do primeiro dia de reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), que hoje define a nova taxa de juros. A queda do PIB (Produto Interno Bruto) aumentou a pressão para que se acelere a redução dos juros, hoje em 12,75% ao ano.

Lula deixou claro ontem que a redução nos juros é um sinal importante para os empresários e fundamental para evitar recessão no país.

No encontro, que durou cerca de uma hora, Lula e os ministros trataram da retração do PIB, dos efeitos da crise em outros países e da taxa básica de juros.

Questionado sobre nova redução na taxa de juros no começo da tarde, ao deixar o Itamaraty após almoço com o presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, Lula se limitou a sorrir.

Antes da reunião com Lula, Meirelles procurou mostrar otimismo em relação ao futuro da economia.

“Apesar da queda do último trimestre, fortemente influenciada por ajuste de estoques em alguns setores, o crescimento do PIB de 5,1% em 2008, impulsionado pela demanda doméstica e pelo crescimento da renda, mostra que a economia brasileira tem fundamentos econômicos sólidos”, disse Meirelles, por meio de sua assessoria.