PRESIDENTE DISSE QUE NÃO HÁ ESTUDO PARA TRABALHADOR COMPRAR AÇÃO DA EMPRESA. MAS GOVERNO TERIA REUNIÃO PARA DISCUTIR O ASSUNTO EM OUTUBRO.
O presidente Lula negou ontem que já tenho decidido permitir o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para uma nova rodada de investimentos na Petrobras, conforme revelou a “Folha de S.Paulo” anteontem.
Apesar de negativa veemente, Lula já pediu a auxiliares que avaliassem o formato jurídico do uso do FGTS para capitalizar a Petrobras no processo de exploração do pré-sal. Segundo apurou a reportagem, foi desmarcada ontem uma reunião para apresentação desse formato jurídico que estava prevista para o início de outubro.
A negativa faz parte da contrariedade do governo com a divulgação da notícia, que afetou o mercado de ações. “Acho abominável alguém fazer uma manchete irresponsável daquele jeito sem nunca terem conversado comigo.”
A reportagem obteve a informação de três auxiliares diretos do presidente, que relataram ao jornal a decisão de Lula de envolver trabalhadores e a classe média no processo de capitalização da Petrobras.
A contrariedade de Lula se explica pelos vazamentos da discussão do novo marco regulatório do petróleo, o que gerou protestos da CVM (Comissão de Valores Imobiliários) junto ao Ministério da Fazenda. Como empresa de capital misto, público e privado, a Petrobras tem ações na Bolsa.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse por meio da assessoria: “O presidente me pediu para desmentir a notícia publicada pelo jornal ´Folha de S.Paulo´”. Também por meio da assessoria, Lupi disse ter “simpatia” pela idéia e confirmou que o Conselho Curador do FGTS já discutiu uma fórmula para permitir nova rodada de investimentos do fundo na Petrobras. Lupi, que anteontem confirmara a notícia da “Folha”, disse ontem por meio da assessoria que apenas comentara que a “medida seria boa para o trabalhador”. Afirmou que não se manifestaria mais porque “o presidente Lula já falou”.
Ontem, o senador Delcídio Amaral (PT-RS), que já foi diretor da Petrobras na época da compra de ações com FGTS em 2000, disse que já ouviu de representantes do governo e da própria Petrobras sobre a idéia de abrir nova rodada de investimentos na empresa com recursos do fundo. (FSP e JC)
