Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Lula diz que fará o possível para gerar empregos

VERENA FORNETTI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

SIMONE IGLESIAS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, na abertura da Couromoda, em São Paulo, que anunciará “medidas importantes” neste mês para estimular investimentos e que fará “tudo o que for possível” para gerar empregos. Lula não quis detalhar as ações porque diz temer que a economia pare à espera das novidades.

De acordo com o presidente, o governo não cortará gastos e não faltará dinheiro para fazer investimentos. “Tudo o que for possível cortar em custeio não tenha dúvida de que nós vamos fazer. Mas tudo o que for possível colocar para gerar um posto de trabalho na construção civil, na habitação, nas ferrovias ou nas rodovias vamos fazer.”

O presidente, que estava acompanhado da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), afirmou que ela tem o compromisso de não só trabalhar para que as obras do PAC não sejam interrompidas mas também de “inventar novas obras”. “É hora de provar que um Estado forte e indutor dos bons investimentos é importante para o Brasil e para qualquer país do mundo.”

Apesar do tom otimista, o presidente admitiu que a crise exige agilidade. “Se não tomarmos a iniciativa de fazer as coisas acontecerem neste primeiro trimestre, aí sim poderemos correr o risco de fazer com que a crise chegue mais forte.”

Trimestre preocupante

Em seu programa semanal de rádio, “Café com o Presidente”, Lula previu um trimestre “preocupante” e cobrou dos bancos a redução do “spread” bancário para garantir crédito a pequenos e médios empresários. “Spread” é a diferença entre o custo de captação dos recursos e aquele cobrado pelos bancos ao fazer empréstimos.

Lula voltou a reclamar da falta de oferta de crédito por bancos privados e disse que, para ajudar as empresas, o governo injetará recursos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para estimular a iniciativa privada a manter os empregos.

“Nós precisamos reduzir o “spread” bancário para facilitar que as empresas brasileiras, sobretudo as pequenas e médias, possam ter acesso ao crédito bancário. O grande problema dessa crise hoje é a questão do crédito. Nós vamos convencer a iniciativa privada a continuar investindo. Por isso, vamos colocar mais recursos no BNDES”, disse.

Lula também afirmou que agendará uma reunião com governadores e prefeitos, sobretudo de capitais, para elaborar ações conjuntas contra a crise. Lula disse que o momento da economia exige mais competência e agilidade. “Tenho certeza de que a disposição dos governadores é fazer o máximo de investimentos que puderem fazer em infraestrutura, em coisas que possam significar melhoria da qualidade de vida, na geração de emprego e na distribuição de renda.”