O governo decidiu na semana passada cobrar Imposto de Renda, a partir de 2010, de aplicações na poupança que superarem 50 mil reais, caso a taxa básica de juro Selic fique abaixo de 10,50 por cento ao ano.
Com isso, o Executivo quer evitar que a redução da Selic cause um movimento migratório de grandes investimentos para a poupança.
“Os juros vão continuar caindo, e o juro caindo é importante para o povo brasileiro, porque o dinheiro que hoje está na especulação vai para a produção. Vai comprar casa, vai comprar carro, vai gerar empregos, vai comprar um produto qualquer. É isso que nós queremos para o Brasil”, afirmou Lula no programa semanal de rádio “Café com o Presidente”.
“Vão reduzir a taxa de juros, sobretudo a taxa Selic, porque a crise econômica, o controle da inflação e a estabilidade financeira do Brasil permitem. Reduzindo a taxa básica, todos os outros juros vão reduzir”, acrescentou.
Lula reafirmou que as mudanças das regras da poupança só atingirão 1 por cento dos aplicadores, que poderão investir seus recursos em outros fundos de investimentos.
“Apenas para aqueles que têm mais investimentos acima de 50 mil reais é que nós então vamos cobrar uma taxa de Imposto de Renda para evitar que a poupança seja vista por especuladores como se fosse um fundo de investimento”, argumentou Lula.
“Esses fundos estão à mercê de serem reduzidos quando reduzir a taxa Selic”, explicou Lula.
ARÁBIA, CHINA E TURQUIA
O presidente gravou seu programa de rádio em Riad, na Arábia Saudita, onde buscou acordos para promover o comércio e investimentos bilaterais.
“A Arábia Saudita está em um grande processo de crescimento e de investimento em infraestrutura e o Brasil também”, justificou o presidente.
Nesta semana, Lula ainda visitará a China, que tomou em abril pela primeira vez o lugar dos Estados Unidos como maior parceiro comercial do Brasil, e a Turquia.
“Vamos consolidar a parceria estratégica que temos com a China. O fluxo da balança comercial com a China é extraordinário e pode crescer muito mais”, disse Lula.
Em relação à Turquia, o objetivo do Brasil também é impulsionar o comércio. “O Brasil tem uma relação, eu diria, muito tímida com a Turquia. Nós queremos transformar essa relação com a Turquia em uma grande relação.”
(Reportagem de Ana Paula Paiva)