Folha SP – DA REUTERS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que conversou com o presidente chinês, Hu Jintao, sobre retomar as negociações para a conclusão da Rodada Doha de abertura comercial.
Lula já havia falado com o presidente dos EUA, George Bush, no domingo. Para o presidente brasileiro, se o diálogo não for recuperado nos próximos meses, a rodada poderá ficar empacada por pelo menos quatro anos.
“Estava tudo certo para ser concluído, até que houve impasse entre Estados Unidos e Índia. Estávamos tão perto depois de sete anos de negociação e não é possível morrer na praia depois de ter nadado tanto.”
Lula, que está em Pequim para a abertura dos Jogos Olímpicos, disse para jornalistas na Vila Olímpica que vai tentar falar com o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, na sexta-feira.
Sobre a posição da China nas conversas sobre Doha em Genebra, Lula afirmou que o país já havia feito concessões para entrar para a OMC e que não poderia aumentá-las muito.
Ele afirmou estar otimista sobre a possibilidade de uma retomada da rodada.
Subsídios dos ricos
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, voltou a atacar ontem os subsídios agrícolas concedidos pelas nações ricas, relacionando a falta de um acordo de Doha com a crise mundial de alimentos.
“A relação do acordo com a crise de alimentos reside na questão dos subsídios. Não apenas, mas é a principal. Quando se planta nos EUA ou na Europa de forma subsidiada, se desestimula a produção em países pobres.”