“Estamos, mais uma vez, travando uma luta contra a pressão de grupos conservadores que desejam a volta dos juros altos, o desemprego e a limitação do poder de compra das classes menos favorecidas.
Depois de tudo o que passamos neste País, de aprendermos como enfrentar crises e combater a inflação, é inadmissível ter que ceder aos rentistas. A decisão do Copom de aumentar a taxa Selic em 0,25% (de 7,25% para 7,5%) pode representar a volta da recessão.
A política de corte dos juros iniciada em agosto do ano passado vem dando resultados positivos tanto do ponto de vista econômico quanto social, mas vem desagradando setores que vivem da especulação e do lucro exorbitante, e que estão disseminando uma campanha de que a inflação está voltando e que para contê-la é preciso elevar os juros, pretendendo, com isto, pressionar o Comitê de Política Monetária a retomar a trajetória de alta dos juros.
Juros altos é sinônimo de recessão, desemprego, freio na renda, baixo consumo e produção estagnada. Para os trabalhadores, inflação se combate com investimentos, política industrial, política agrária e qualificação profissional. Não com política recessiva. Vamos continuar nas ruas pressionando em favor do crescimento, da geração de emprego e da renda”.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, CNTM e vice-presidente da Força Sindical