Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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IV Conferência da Força Sindical divulga documento

 

Fotos de Tiago Santana

A diretora Leninha, coordenadora do Departamento da Mulher do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, o vice-presidente Tadeu Morais e o diretor Teco participaram nos dias 30 de novembro e 1, 2 e 3 de dezembro, no Rio de Janeiro, da IV Conferência Internacional da Força Sindical. O encontro reuniu 26 dirigentes sindicais de 13 países e teve como tema “Crise Econômica Rio+20, Desenvolvimento Sustentável, Trabalho Decente e Sindicalismo”. 

Juruna, secretário-geral da Força, e diretora Leninha 

Os sindicalistas discutiram temas que vão além dos interesses exclusivos dos trabalhadores e que dizem respeito a cada um dos habitantes do planeta espalhados pelos diversos continentes.

“As centrais defenderam a união do movimento sindical em âmbito mundial por meio da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas) e da CSI (Confederação Sindical Internacional) para se articular com relação à crise mundial, para que a crise não atinja a classe trabalhadora”, disse Leninha.

A diretora coordenou o Painel 1, que discutiu “Crise Econômica Mundial”, e teve como expositores Sérgio Mendonça, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos); João Carlos Juruna, secretário-geral da Força Sindical; Tarsicio Mora Godoy (CUT Colômbia), José Pinzon (CGTG Guatemala), Adolfo Aguirre (CTA Argentina), Luis Miguel Morandes (CTC Colômbia), Guido Moretti (UIL Itália), João Proença (RGT Portugal).

Os demais painéis de discussão foram: Processos de Integração, Desenvolvimento Sustentável, Trabalho Decente e Seguridade Social, Rio + 20, Sindicalismo e Perspectivas dos Trabalhadores, que teve o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, como um dos expositores, e como coordenador Francisco Dal Prá, presidente da Força Sindical do Rio de Janeiro e diretor da CNTM.

Tadeu Morais, vice-presidente do Sindicato

Para a Força Sindical foi importante reunir sindicalistas de vários continentes – África, Europa e Américas.  Isso tem a ver com a integração dos povos e o fortalecimento das relações internacionais da Central. Foi importante, também, passar para os sindicalistas estrangeiros a visão de como o Brasil  passou pela crise mundial de 2009-2010 sem maiores turbulências, e as grandes contribuições dadas pela Câmara Federal e pelo Senado

Ao final, os sindicalistas divulgaram um documento denominado “Carta do Rio de Janeiro”.
Eis a íntegra:

CARTA DO RIO DE JANEIRO

“O mundo enfrenta uma das mais severas crises econômicas da história do capitalismo, originada no centro do sistema, ela se desdobra e se espalha por todas as regiões do planeta.

Ela atinge a todos e é sentida de maneira diferente nos diversos países e nas diversas camadas sociais. Não há dúvida, porém, que ela atinge com maior violência e profundidade as classes sociais menos favorecidas e, principalmente, os trabalhadores.

O desaquecimento das economias gera desemprego e redução de renda, levando as pessoas à fome e à miséria.

Enquanto isso, os governos continuam protegendo os poderosos, implementando políticas que procuram, prioritariamente, proteger o capital, principalmente o capital financeiro, causador de toda a crise.

O movimento sindical precisa unir-se em torno da bandeira da resistência e da mudança. Não vamos permitir que os custos e as conseqüências da crise sejam, novamente, suportados pelos trabalhadores.

Essa, no entanto, não é uma tarefa de um sindicato ou de uma central, ou mesmo de um país. É uma tarefa que exige uma grande aliança e o fortalecimento da CSA e CSI, nossas organizações mundiais.

Cerrar fileiras para evitar que o capital nos atropele é uma questão de sobrevivência. Barrar políticas públicas que retirem direitos e degradem a vida do trabalhador exige mobilização constante, forte enfrentamento e ações que demonstrem, claramente, que estamos dispostos a lutar pelos nossos direitos, dos quais, de forma alguma vamos abrir mão.

Nossos discursos e ações, no entanto, devem ir além da resistência. Temos que aproveitar a oportunidade para avançar em nossas conquistas e deixar um legado de civilização e cidadania a nossos descendentes.

É hora de avançarmos para um novo modelo de desenvolvimento e criação de riqueza. Um modelo que não destrua a natureza e que respeite, igualmente, a integridade física e psicológica do trabalhador.

Assim, dentro desse novo paradigma, vamos lutar por empregos de qualidade e dignos, com salários suficientes para que se tenha uma vida saudável. O trabalho decente é a dimensão social do desenvolvimento sustentado, é o elo que conecta as necessidades econômicas às sociais.

O crescimento econômico não deve ter compromisso apenas com o tamanho do crescimento do PIB, mas com a qualidade, não só da produção, mas também de como a riqueza é distribuída.

Buscamos promover o estreitamento das relações sindicais internacionais, a solidariedade e a unidade de ação como instrumento e estratégia na luta no enfrentamento à crise e a busca permanente pela justiça social e melhores condições de vida para os(as) trabalhadores(as) e para a sociedade.

Portanto, companheiros, o futuro dos trabalhadores e de suas famílias depende, nesta hora, de nossa unidade, de nossa resistência e do que pretendemos colocar no lugar desse sistema que tem provado, ao longo de sua história, que só favorece uma minoria privilegiada em detrimento da massa trabalhadora e da saúde do planeta que habitamos.”

Por Assessorias de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da Força Sindical, com gestão de conteúdo da Redação CNTM