DA REUTERS, EM ROMA
O maior sindicato da Itália realiza uma greve geral nesta sexta-feira interrompendo os serviços de transporte e governamentais num protesto contra as medidas de austeridade do governo de centro-direita do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
O esquerdista CGIL, que tem seis milhões de membros, pediu manifestações em quase todas as grandes cidades italianas na tentativa de forçar o governo a reescrever um pacote de 25 bilhões de euros (US$ 30,82 bilhões) de cortes, que Berlusconi afirma ser parte essencial dos esforços europeus para salvar o euro.
“Ninguém nega que precisamos realizar cortes, mas eles têm de ser cortes justos e que olhem para o futuro”, disse Susanna Camusso, que lidera a marcha no reduto esquerdista de Bolonha.
A greve é um teste-chave de força para Berlusconi, cujos números em pesquisas chegaram a baixas recordes num momento em que o desemprego subiu e que a terceira maior economia da zona do euro luta para sair da sua pior recessão desde o pós-Segunda Guerra Mundial.
No entanto, o apoio inicial à greve parecia reduzido, com vários serviços de ônibus e metrô em Roma funcionando normalmente e muitos italianos comuns expressando incômodo.
“Há sempre mais e mais ônibus que não entram em greve, porque claramente você entra em greve para ganhar alguma coisa e parece que nunca ganhamos nada”, disse o motorista Maurizio Rinaldi na estação de Termini, em Roma, onde passageiros faziam fila debaixo de sol.