Bolsonaro disse que pessoas com HIV são “uma despesa para todos no Brasil”. Demonstra assim, contra os portadores da doença, um preconceito inconcebível, principalmente em se tratando de um chefe de Estado.
Não sabe, finge ignorar ou omite que o programa brasileiro de combate à AIDS é um exemplo para o mundo inteiro e garantiu excelentes resultados.
Se tivesse um mínimo de sensibilidade social, defenderia publicamente o programa, que em nossa opinião precisa ser mantido: com distribuição gratuita de medicamentos e preservativos, campanhas de conscientização e de incentivo para que todos façam testes de HIV, como normalmente fariam exames para medir, por exemplo, o colesterol e a glicemia.
Ninguém em sã consciência quer contrair o vírus da AIDS, nem outro tipo de doença sexualmente transmissível (DST), nem mesmo ter uma gravidez precoce e/ou indesejada.
É evidente que a proposta de abstinência sexual no Carnaval, dirigida aos jovens pela ministra Damares, também se enquadra no atual momento político conservador do País. É mais moralismo do que realmente uma verdadeira preocupação com a juventude e a saúde das pessoas.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes