Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Metalúrgicos de Osasco/SP

INSS corta auxílio doença de trabalhador com câncer

Nem um câncer é suficiente para que o INSS (Instituto Nacional de Saúde e Seguridade Social) conceda o auxílio doença a Maurício Monteiro da Silva, metalúrgico que há três anos luta contra a doença.

Depois de quatro cirurgias, radioterapia e quimioterapia, o metalúrgico, que convive com a bolsa de colostomia e ainda sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), teve o benefício suspenso, em 20 de outubro. “Eu não esperava isso, foi tudo assim: de uma hora para outra, eu estava com a doença. Ninguém espera. Esses três anos não foram fáceis”, desabafou Silva.

Trabalhador da Osram, em Osasco, por 14 anos, Maurício contou por três longos anos com o auxílio doença para pagar suas despesas. Agora, com 43 anos e três filhos para criar, está desesperado. “De quinta para sexta, de sexta para sábado, eu não dormi. A gente sempre trabalhou certo, é injustificável dar para uns [o auxílio] e para mim não. Eu contribuí todo mês, tenho direito”, avalia.

Maurício não é o único. A burocracia é usada para impedir a assistente financeiro Meire Viera, 35 anos, de ter acesso ao auxílio-doença.  Há um ano a metalúrgica começou a sofrer com pneumonias, paralisia de parte do corpo até descobrir tumores na coluna vertebral e no calcanhar. Meire anda com dificuldades, curvada.

A trabalhadora ainda está sem tratamento porque a empresa Etna Steel cortou o convênio. Somado a isso, o INSS recusou a concessão de auxílio doença. O órgão alega que a trabalhadora não contribuiu por 12 meses, o mínimo necessário para ter acesso a benefícios. Mas ela contribuiu, como atesta sua carteira de trabalho. “Uma pressão psicológica enorme”, conta Meire.

O Sindicato orientou os trabalhadores a cobrar seus direitos na Justiça. Além disso, o Sindicato busca reunião com a Superintendência do INSS, em São Paulo, para que estes casos sejam resolvidos e outros trabalhadores não sofram o mesmo.

Por Cristiane Alves
Imprensa