Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Inflação dos mais pobres começa a ceder

DA SUCURSAL DO RIO

Após intensa pressão no primeiro semestre deste ano, a inflação para as famílias mais pobres finalmente começa a perder força. O IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1) subiu 0,61% em julho, percentual abaixo do 1,29% registrado em junho, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).
A desaceleração foi causada pela alta menor dos alimentos, que corresponde a 40% do índice. O IPC-C1 mede a inflação para famílias com renda de 1 a 2,5 salários mínimos.
Em julho, o grupo alimentação subiu 0,98%, menos do que os 2,50% de junho, disse André Braz, coordenador do IPC.
Segundo a FGV, 90% da redução da taxa do IPC-C1 resulta da alta menos intensa dos alimentos. Apesar dos aumentos mais moderados, Braz disse ser ainda cedo para afirmar que a perda de fôlego da inflação dos alimentos é “sustentável”.
É que, diz ele, o cenário de incertezas persiste. “O consumo permanece aquecido e não há no horizonte de curto e médio prazos uma perspectiva de aumento da oferta de alimentos em escala mundial. Esses fatores favorecem repasses.”
Diante disso, afirma, qualquer pressão adicional pode levar a uma nova rodada de alta das commodities agrícolas.
Itens importantes cederam no preço. É o caso de arroz (de 14,37% para 0,72%), feijão (15,57% para 6,01%), hortaliças e legumes (0,96% para -2,41%), massas e farinhas (2,03% para 0,74%), panificados (1,69% para 0,18%) e carne bovina (8,70% para 4,41%). O óleo de soja caiu 0,54% em junho, após retração de 1,78% em junho.
Apesar do refresco em julho, a inflação dos mais pobres segue pressionada no acumulado do ano, com alta de 6,62% de janeiro a julho. A taxa supera a registrada em todo o ano passado: de 5,87%.