DA FOLHA ONLINE
O nível de emprego da indústria de transformação paulista avançou 0,48% em setembro na comparação com o mês anterior, nos dados sem ajuste sazonal, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). No mês passado, foram criados 11 mil postos de trabalho, afirma a entidade.
No acumulado do ano, o nível de emprego está 7,65% maior que no mesmo período de 2007, com 167 mil novas vagas.
Considerando os dados com ajuste sazonal, que elimina características específicas de cada período, a alta no emprego no mês passado foi de 0,25%.
Dos 21 setores que fazem parte da pesquisa, 13 tiveram desempenho positivo no mês passado, 4 mais demitiram do que contrataram e 4 ficaram estáveis.
Segundo o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini, os dados de emprego ainda estão longe de refletir uma desaceleração econômica que seria causada pela crise financeira global.
“Emprego não é precursor de crise, é conseqüência”, afirma. “Quem vai mostrar antes o efeito [da crise] será o INA [Indicador de Nível de Atividade]. Há uma defasagem média de quatro meses entre um e outro.”
Segundo o economista, o nível de emprego reage mais demoradamente a uma crise assim como ocorre em momento de expansão. “Quando aquece, a primeira coisa que a empresa faz é aumentar a sua produtividade através de horas extras, só depois contrata, se achar que o crescimento está estabelecido. O mesmo ocorre no sentido inverso”, diz.
Francini afirmou ainda temer que a desconfiança gerada pela crise no mercado de crédito interrompa o “círculo virtuoso” que se via no Brasil. “Se tivermos manutenção do nível de atividade, manteremos o nível de emprego, que mantém o nível de consumo, que mantém o nível de atividade. Se a corrente quebrar, ocorrerá o movimento inverso”, afirma.