Valor Econômico
SÃO PAULO – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse nesta segunda-feira que está “muito preocupado” com a situação da indústria nacional. A Fiesp, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a Força Sindical e outros representantes de trabalhadores e da indústria se reuniram hoje à tarde com o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (PSD) para programar uma manifestação contra a desindustrialização, no dia 4 de abril, que pretende reunir 100 mil pessoas.
“O melhor emprego é o da indústria manufatureira. É ela que gera tecnologia e promove desenvolvimento. Estamos, todos, preocupados com a perda de competitividade do país”, disse Skaf.
O prefeito Gilberto Kassab afirmou que a prefeitura dará todo o suporte para que a manifestação, marcada para o pátio da Assembleia Legislativa, ocorra sem problemas. “A prefeitura dará condições necessárias para que o movimento tenha visibilidade”, disse Kassab. “A perda de competitividade faz com que o Brasil dependa mais de outros países e isso gera redução de emprego. Essa é a razão de nosso apoio”, afirmou o prefeito.
O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), disse que os sindicatos estão sendo orientados a coordenar a liberação dos trabalhadores para que eles possam integrar o “movimento dos 100 mil”. “Queremos chamar a atenção da sociedade para que a nossa indústria crie empregos aqui e não na China”, afirmou.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, terá amanhã uma audiência pública no Senado para discutir a Resolução 72. “A guerra fiscal dos portos é só um dos pontos desse movimento. O dólar barato, que faz a nossa indústria exportar emprego, e o custo alto da energia são outros assuntos em discussão.”
Outras manifestações serão realizadas no país: no dia 26, em Porto Alegre, no dia 28, em Florianópolis, e no dia 13 de abril, em Manaus.
(Carlos Giffoni | Valor)