Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Indústria de veículos elétricos vai investir R$ 20 mi em fábrica no RJ

R7

publicado em 10/08/2010 às 18h45:

Unidade será a 1ª do Brasil a desenvolver a tecnologia; 150 empregos diretos serão criados

Da Agência Brasil

A CRZ-E (CR Zongshen E-Power), dona da marca Kasinski, abrirá a primeira fábrica de veículos movidos com energia elétrica do Brasil no Rio de Janeiro. Segundo anúncio feito nesta terça-feira (10), a empresa investirá R$ 20 milhões em uma fábrica que será construída em uma área de 6 mil metros quadrados, para a fabricação de motocicletas e bicicletas.

É o primeiro investimento do Estado beneficiado pelo recém-criado decreto que prevê a concessão de incentivos para esse tipo de indústria. No primeiro momento, segundo o presidente da empresa, Claudio Rosa Junior, 150 empregos diretos serão criados. 

A empresa já tem uma fábrica em Manaus, cuja capacidade de produção gira em torno de 110 mil unidades por ano. Rosa afirmou que a Kasinski estudou durante seis meses a possibilidade de implantar a unidade no Rio de Janeiro, e que está satisfeito com as condições oferecidas pelo município de Sapucaia, no centro fluminense.

A expectativa do empresário é começar a produção já no primeiro semestre de 2011. Ele afirma que a empresa espera um lucro anual de R$ 30 milhões.

– A nossa empresa não vai só atender o mercado brasileiro. Nós temos como expectativa utilizar o polo industrial do Brasil para o fornecimento de todo o mercado [do continente] americano. E são produtos que hoje já são fabricados pela China e exportados para esses países. A partir do momento que tivermos escala de produção, nós pararemos de fornecer por lá e passaremos a fornecer só pelo Brasil. 

O presidente da empresa anunciou um primeiro investimento na fabricação de sete modelos – dois modelos de bicicletas, dois de scooters, uma scooter maior para levar mais de uma pessoa, outra scooter intermediária e uma moto elétrica de alta performance. A moto será oferecida como alternativa para empresas de entrega.

A empresa estuda parcerias para distribuir os produtos entre empresas que utilizam motos, como vigilância de condomínios, estacionamentos e serviços de entregas. Ele anuncia que já existem parcerias com 120 concessionárias e espera terminar o ano com 200 parceiras para venda dos produtos.

Por ser pioneira no Brasil, a tecnologia torna o produto mais caro, pois cerca de 70% dos componentes são importados do Canadá, da China e Coreia. Apesar do custo final da produção da unidade sair mais alto, a Kasinski afirma que irá subsidiar os preços para que tenham o mesmo valor que o similar movido à combustão.

Rosa ressaltou que a adaptação para esse tipo de veículo não é difícil, já que ele segue as mesmas normas de licenciamento dos convencionais, mas a autonomia é um problema. 

Uma bateria de lítio com carga completa pode garantir até 60 km de percurso e, para recarregá-la, basta ligar numa tomada comum por, pelo menos, seis horas.

A Kasinski está negociando com concessionárias de energia elétrica e com empresas de distribuição e comercialização de combustíveis a possibilidade de implantar nos postos máquinas de recarga expressa que efetuariam a carrega num intervalo entre 45 minutos e uma hora.

A empresa também estuda a implantação de uma metodologia pouco comuns de troca de baterias usando cartão de recarga nos postos.