Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Indústria de SP elimina 236 mil empregos

Em fevereiro, pelo quinto mês consecutivo, as demissões superaram as contratações na indústria paulista. Levantamento divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que as empresas do setor fecharam 43 mil postos de trabalho no mês passado, o que representou queda de 2,09% no nível de emprego em relação a janeiro. Foi o pior resultado para um mês de fevereiro na série histórica da Fiesp, iniciada em julho de 1994.

Desde outubro de 2008, quando os efeitos da crise sobre a indústria se agravaram, as empresas paulistas já fecharam 236,5 mil vagas. O número corresponde a um corte de 8,5% no total de 2,350 milhões de postos de trabalho que existiam no setor até setembro.

“Nestes cinco meses perdemos mais do que havíamos ganho no nosso melhor ano”, disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, referindo-se a 2004. Naquele ano, foram abertas mais de 140 mil vagas na indústria paulista. “Como normalmente ocorre a demissão de pouco mais de 35 mil pessoas nesse período de cinco meses, pode-se dizer que houve um corte adicional de 200 mil vagas por causa da crise.”

Mas a Fiesp já tem indícios de que março pode significar o fim do movimento de perda de postos de trabalho. Na primeira quinzena do mês, o indicador Sensor, que mede a confiança dos empresários, marcou 50,2 pontos, o que indica estabilidade. Nesse período, chegou a bater em 34 pontos, na primeira quinzena de dezembro. “Isso sugere que as empresas começaram a enxergar alguma melhora no ambiente econômico”, disse o diretor da Fiesp.

Dois dos itens que compõem o Sensor tiveram recuperação: Mercado, que fechou com 58,9 pontos, e Vendas, com 54,6 pontos. Já o item Emprego ficou com 47,7 pontos.