Consumo sobe no período, mas maior parte da oferta é importada
(AGNALDO BRITO)
Folha DE SÃO PAULO
O deficit comercial da indústria de máquinas e equipamentos alcançou US$ 9,2 bilhões no primeiro semestre de 2012. O deficit comercial do setor voltou a subir, com alta de 5,2% ante o mesmo período de 2011.
Mantido o ritmo, o Brasil deve alcançar novo recorde do deficit da indústria de máquinas. No ano passado, o país importou US$ 17,8 bilhões além do que exportou.
De janeiro a junho, as importações atingiram a cifra de US$ 15,2 bilhões, enquanto as exportações, no mesmo período, foram de apenas US$ 5,9 bilhões, de acordo com dados divulgados ontem pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
O ritmo das exportações até superou o das importações no primeiro semestre de 2012, em comparação com o mesmo período de 2011.
A alta foi resultado da valorização do dólar sobre o real nas últimas semanas. Mas, mesmo assim, as importações continuam a ter a maior fatia do mercado nacional.
Esse indicador é medido pelo chamado consumo aparente de máquinas e equipamentos.
O número é obtido com a soma das importações e da produção local, mas com a retirada do que é exportado.
Por esse conceito, a demanda por máquinas no primeiro semestre atingiu a cifra de R$ 54,8 bilhões, alta de 9,17% sobre o desempenho do mercado apurado na primeira metade de 2011.
Segundo a Abimaq, apenas 26,1% dessa demanda foi atendida pela produção local. O restante é importado.
EMPREGO
Houve efeitos sobre o emprego. Desde outubro de 2011, o setor fechou 7.000 vagas. Em junho, a indústria tinha 256,5 mil operários. A ociosidade aumentou nos últimos 12 meses, de 17,8% para 23,2%.