Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Indústria começa a dar sinais de recuperação


O saldo da crise para o emprego na indústria da região metropolitana de São Paulo está negativo em mais de 69 mil vagas até agora. O número corresponde à diferença entre as contratações e as demissões efetuadas de setembro de 2008 a junho de 2009, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (veja quadro).

Mas os sinais de recuperação começam a surgir. As empresas ao menos já pararam de demitir. Além disso, a alta de 0,5% do número de horas pagas aos trabalhadores da indústria na passagem de maio para junho, registrada pelo IBGE, pode ser considerada um bom sinal, já que aumentos nas horas trabalhadas costumam preceder novas contratações. Mas quem aguarda a abertura de vagas em uma das 12 atividades industriais da região metropolitana deve ter paciência. A previsão é de que a recuperação dos níveis de emprego seja lenta.

Na indústria metalúrgica, que emprega hoje 16.220 trabalhadores a menos do que antes da crise, a retomada já começou, impulsionada principalmente pela redução do IPI dos automóveis. “Mesmo assim, até o fim do ano não vai ser possível voltar ao patamar de emprego de 2008”, admite Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

As 6.491 vagas que a indústria têxtil perdeu na crise também não devem ser repostas em 2009. “A recuperação vai ocorrer aos poucos”, constata Rafael Cervone Netto, presidente do Sinditêxtil-SP. O ramo é marcado pela presença das mulheres: 75% dos profissionais do setor são do sexo feminino e boa parte delas é arrimo de família. “O desemprego nessa indústria traz um impacto para a sociedade, diz Cervone. “O mercado interno vai nos ajudar a crescer, mas seria mais rápido se o governo também desse incentivos fiscais ao nosso setor.”

No setor químico, nem o aumento das vendas pode ajudar muito na retomada do emprego. “Já voltamos a crescer. Mas a nossa recuperação pode não se traduzir imediatamente na abertura de vagas, já que as empresas do ramo, por terem muita tecnologia e maquinário, não são grandes empregadoras”, afirma Nelson Pereira dos Reis, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Química. O setor fechou 4.549 postos de trabalho na crise.