EUA divulgam números sobre o mercado imobiliário
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro não tem tido forças para firmar uma tendência e assim deve ser pelos próximos dias, na opinião de analistas.
“No cenário com que trabalho, a Bovespa continua oscilando dentro dos limites observados recentemente. Quando atinge um certo teto, começa um movimento vendedor para embolsar os lucros, como na semana que passou. Depois que as ações caem um pouco, seu preço fica atraente de novo, e os investidores voltam a comprar”, afirma Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB. A Bolsa paulista atingiu seu pico neste ano em 6 de maio, aos 51.499 pontos; o menor nível foi alcançado em 6 de março -37.105 pontos.
Essa apatia mencionada pelo economista deve-se à dúvida a respeito da duração da desaceleração da economia mundial e, ao mesmo tempo, à diminuição das incertezas que cercam a sua profundidade. Não há motivo para euforia nem para um pessimismo exagerado, portanto, embora ainda paire no ar o temor de que se aprofundem os problemas enfrentados pelos países -como a falência de empresas, a falta de crédito e o desemprego.
“Dessa forma, o comportamento dos investidores será ditado pelos dados econômicos divulgados cotidianamente”, afirma Padovani.
Para o mercado de câmbio local, os mais relevantes são os números semanais sobre a balança comercial do país, que saem hoje, e sobre o fluxo de divisas (que inclui as transações financeiras), na quarta-feira.
O dólar comercial acumula desvalorização de 9,6% no ano. A maior cotação de 2009 foi registrada em 20 de fevereiro, R$ 2,392, e desde então a moeda tem recuado porque, passado o pânico com a crise, os grandes investidores internacionais se mostram mais dispostos a diversificar a carteira e correr riscos para buscar retornos atraentes para seus recursos.
O Brasil apresenta-se como um destino confiável, um país que não tem sofrido com as turbulências como os demais e que, na avaliação de economistas, pode experimentar uma retomada precoce.
Um indicador importante para verificar se essa visão otimista é viável é a taxa nacional de desemprego em abril, que sai na quinta-feira.
A semana ainda traz dados sobre o mercado imobiliário americano, no qual a crise teve início. Amanhã, será divulgado o ritmo de construção de casas verificado no mês passado.
Os discursos do secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, e do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Ben Bernanke, são bastante aguardados. O primeiro fala em audiência no Senado na quarta, e o segundo, em universidade de Boston, na sexta. A ata da última reunião do comitê de política monetária americano, que define os juros, sai na quarta.
Do Japão, será divulgada na quarta a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre -as projeções falam em queda de 4,3%. Esse resultado vai balizar a decisão do BC do país sobre os juros, dois dias depois. A taxa básica japonesa está em 0,1% ao ano.
“No momento em que o mercado está mais “de lado”, como se diz, talvez valha a pena para o investidor buscar opções de investimento em renda fixa, pois esse humor pode durar semanas.
Os títulos públicos brasileiros oferecem bons ganhos e são seguros. Considerando um período maior, porém, acho que a Bolsa é favorável. À medida que forem surgindo sinais de recuperação da economia mundial, as ações podem ter uma nova fase de alta”, afirma Padovani. (DENYSE GODOY)