Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Inadimplência aumenta e setor de máquinas tem menos pedidos

AGNALDO BRITO

DA REPORTAGEM LOCAL

A inadimplência no setor de bens de capital atingiu taxa de 19,7% sobre o faturamento em janeiro. Outra má notícia é a queda recorde de 23,9% dos pedidos desde o início da crise. Os dados fazem parte da mais recente sondagem realizada pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

A crise forçou o setor a reduzir a produção, conforme dados divulgados ontem pelo IBGE. O mais preocupante, segundo José Velloso Dias Cardoso, vice-presidente da Abimaq, é que a desmobilização da capacidade de produção continua.

“A minha empresa tem em carteira um crédito em atraso de R$ 17 milhões. Isso não é normal. As empresas procuram sempre estar adimplentes sob pena de perderem crédito e infelizmente não estão conseguindo. A alternativa que tivemos foi interromper a produção de equipamentos para essas empresas e evitar empatar capital de giro em produtos que não vão ser pagos”, disse Cardoso. A empresa tem uma carteira de R$ 110 milhões.

Corte de vagas

A redução das encomendas já provocou cortes de emprego. A crise, segundo a Abimaq, vai eliminar 20 mil dos 260 mil postos de trabalho no setor. Em janeiro, 8.000 vagas foram fechadas.

A Dedini, uma das maiores indústria de bens de capital do país, tenta se ajustar à redução da demanda e ao adiamento de pedidos.

Quatro contratos terão os prazos alongados e estão em fase de renegociação neste momento, afirmou José Luiz Olivério, diretor da Dedini.