Ato público exige respeito aos direitos humanos e à liberdade de manifestação e associação. Manifestantes populares presos estão sendo acusados, arbitrariamente, por “formação de quadrilha”
Ao lado de lideranças de movimentos da sociedade civil organizada, moradores de Campo Largo realizam hoje (22), às 17h, uma manifestação em frente à Superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, para exigir a soltura do líder comunitário e sindical Nelsão da Força, que completou uma semana de prisão ontem (21).
Além disso, o ato também vai exigir respeito das autoridades policiais e judiciárias aos direitos humanos, já que os manifestantes, presos durante protesto para pedir a construção de uma trincheira na BR 277, em Campo Largo, foram autuados, arbitrariamente por “formação de quadrilha”.
Na última quarta-feira (14), Nelson Silva de Souza, que é Diretor Nacional de Mobilização da Força Sindical, foi preso e enquadrado com o crime de “formação de quadrilha”, por estar lutando por uma trincheira na BR-277, em benefício da comunidade de Campo Largo/PR, ao lado de centenas de moradores. , dos quais sete foram presos
Hoje, quinta-feira (22/11), mais de uma semana depois, Nelsão continua preso. Estranhamente, a Justiça Federal aceitou a tese de “formação de quadrilha” e tem negado todos os pedidos de soltura do líder sindical, “em uma clara afronta à Constituição Federal, às liberdades democráticas, ao livre direito de expressão e manifestação do pensamento”, afirma o presidente da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka.
“Diante disso, entendemos que é chegada a hora da Força Sindical do Paraná se integrar ainda mais a essa luta, não apenas em defesa de Nelsão, mas principalmente em defesa do sagrado e inalienável direito de se manifestar e se organizar, visto que estamos diante de uma afronta a liberdades democráticas conquistadas com muita luta e muito sangue na história do Brasil”, diz Butka.
Essa semana, a Força Sindical inicia processos para encaminhar denúncias de violação dos direitos humanos à Anistia Internacional e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Comunidade revoltada
“Fomos exercer nosso dever e direito de cidadãos e somos tratados como bandidos. Que exemplo é esse que a Justiça e as autoridades estão passando para os nossos jovens?”, questiona um morador, que não quer se identificar, “enquanto nós, moradores, somos tratados como criminosos, a justiça manda soltar o Cachoeira! Que justiça é essa?” continua.
Descaso da Rodornote prejudica seis mil moradores
Outro questionamento dos moradores é a falta de cobrança em cima da Rodonorte, por parte das autoridades. Desde que a concessionária fechou o acesso direto das comunidades a BR 277, sentido Curitiba, os cerca de seis mil moradores da região que quiserem ir para a capital tem que voltar para Campo Largo para fazer o retorno e pegar a pista que leva à Curitiba, o que totaliza um trecho de 12 quilômetros e um gasto adicional com combustível, manutenção do veículo, além de tempo.
Por Agência Confraria
(41) 3014-7700
Jorn. Nilton Oliveira 41 8448-2993 3219-6461
Jorn. Gláucio Dias 41 9964-5050