Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, benefício fiscal do governo paulista a tablets configura guerra fiscal
BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, concluiu que a isenção de ICMS para tablets em São Paulo pode gerar guerra fiscal e, portanto, deve ser suspensa. Ele enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o benefício fiscal.
No parecer, Gurgel pede a concessão de medida cautelar na ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo governo do Amazonas contra o Estado de São Paulo. Na ação, o governo amazonense afirma que o benefício de São Paulo está causando impactos prejudiciais aos demais Estados e ao Distrito Federal. De acordo com o processo, os tablets produzidos em São Paulo tiveram alíquota reduzida a zero, enquanto o mesmo produto fabricado na zona franca de Manaus estaria sendo taxado em 12% ao entrar em São Paulo.
“Não é possível a edição de atos normativos que concedam benefícios fiscais relativos ao ICMS sem a prévia celebração de convênio no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz)”, afirmou Gurgel. Para ele, apesar de o ICMS ser um imposto estadual, as isenções só poderiam ser aprovadas por lei complementar aprovada no Congresso Nacional. “Trata-se de exigência que tem por objetivo evitar a praìtica de guerra fiscal”, completou o procurador-geral.
A ação será julgada pelos ministros do STF. O relator do processo é o ministro Celso de Mello. Ainda não há data prevista para o julgamento.
(Juliano Basile | Valor)