Dirigentes do Sindicato e protagonistas da Greve de Osasco presentes na sessão solene em homenagem aos 50 anos da luta que se tornou exemplo. Foto: Fabiano Targino Lopes
Por Cristiane Alves
Aconteceu na manhã de terça-feira, 10 de julho de 2018, a sessão solene em homenagem aos 50 anos das greves de Osasco (SP) e de Contagem (MG), realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, por iniciativa do deputado Valmir Prascidelli (PT-SP).
Autoridades, protagonistas das greves e dirigentes dos sindicatos metalúrgicos de Osasco e Contagem estiverem presentes. Entre eles, João Joaquim Silva, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, em 1968, membro da diretoria que foi cassada em represália ao movimento. “É um momento de muita emoção, vem tanta imagem na cabeça da gente. Não dá para esquecer lideranças importantes como José Ibrahin”, lembrando o então presidente do Sindicato.
Em 1968, José Ibrahin e Pedro Tintino foram até Contagem, conhecer a experiência da greve realizada em abril, conhecimento que contribuiu com a Greve em Osasco, em julho daquele ano. Hoje, novamente, as lideranças se reuniram para fortalecer a aliança contra o retrocesso atual, que retira direitos. Entre elas, os presidentes Jorge Nazareno (Osasco) e Geraldo de Araújo (Contagem), que recuperou a história do movimento mineiro.
Jorge cobrou que o parlamento brasileiro revise a reforma trabalhista. “É inaceitável que este parlamento tenha aprovado uma reforma trabalhista na forma como aprovou. A nossa luta é para que possamos revisar isso, que cada deputado vá a campo consultar suas bases e ver o que elas pensam disso”, defendeu e acrescentou: “não desistimos da luta e ela virá cada vez mais pujante, mais forte porque essa é a história do movimento sindical, um movimento que luta pelos trabalhadores em todos os espaços de trabalho e que olha para os cidadãos, porque os trabalhadores são cidadãos que estão nas comunidades sujeitos as mais variadas formas de desrespeito”.
O deputado Valmir Prascidelli foi na mesma direção. “[A sessão solene] é uma singela homenagem, mas muito importante que prestamos aos protagonistas das greves de Osasco e de Contagem, que paralisaram e ocuparam as fábricas e levaram ao mundo o grito contra a ditadura. Neste momento de grande retrocesso, nós precisamos além de homenagear, dar apoio para aqueles que lutam e defendem suas entidades”.
Mônica Veloso homenageia mulheres que também foram protagonistas das greves de Osasco e de Contagem. Foto: Fabiano Targino Lopes
A vice-presidente do Sindicato e da CNTM, Mônica Veloso, lembrou as mulheres que participaram da Greve de Osasco, como as 200 trabalhadoras da Fósforos Granada, além de esposas de trabalhadores da Cobrasma, Lonaflex e demais fábricas envolvidas, como Marlene Groff, Jovelina Tonello, Sonia Miranda, Abgail da Silva, Albertina Cândido, entre outras. “As companheiras da luta, que deram tanto apoio a luta pela Democracia e lutas de defesa dos direitos dos trabalhadores. Nós vivemos um momento de ataques a direitos e vemos a fragilização da nossa Democracia. Por isso é muito ímpar estar nesta Casa para falar de uma greve que pensava exatamente no fortalecimento da Democracia e na legitimação da organização no local de trabalho”, analisou.
Também participaram os deputados Erika Kokai (PT), Jô Moraes (PCdoB), Vicentinho (PT).
SINDICATO FARÁ EM 16 DE JULHO HOMENAGEM AOS 50 ANOS DA GREVE DE OSASCO