Em junho de 1917, décadas antes da consolidação das leis trabalhistas no Brasil, cerca de 400 operários – em sua maioria mulheres – da fábrica têxtil Cotonifício Crespi na Mooca, em São Paulo, paralisaram suas atividades.
Naquele período, a indústria brasileira ia de vento em popa graças a recessão econômica europeia causada pela Primeira Guerra Mundial. Com o aumento da produção, as fábricas brasileiras, que tinham poucas máquinas, vindas do exterior, tiveram que usá-las por mais tempo. Isso significava que os operários passaram a trabalhar até 16 horas por dia, sem aumento proporcional.
Dentre as reivindicações, o aumento de salários e redução das jornadas de trabalho, que até então não eram garantidos por lei. Em algumas semanas, a greve se espalharia por diversos setores da economia, por todo o Estado de São Paulo e, em seguida, para o Rio de Janeiro e Porto Alegre. Era a primeira “greve geral” no país.
Se na época as paralisações tiveram início num superávit da balança comercial, a convocação de 2017 reflete a insegurança causada pelo desemprego e pela recessão. Venha conosco discutir os legados dessa primeira greve e questões que permeiam a atual.
Contaremos com a presença de:
Jorge Luiz Souto Maior é professor e juiz do trabalho. Recentemente lançou o livro “História do Direito do Trabalho no Brasil: da Colonização ao a dias atuais”, no qual demonstra o quanto o racismo influencia até hoje nas relações de trabalho e como as lutas foram única forma de evolução dos direitos.
Sebastião Neto foi integrante da Oposição Metalúrgica de São Paulo na época da ditadura militar. É pesquisador da resistência dos trabalhadores e um dos responsáveis pela denúncia do chamado caso da Vosks sobre torturas na ditadura militar.
Camila Lisboa foi dirigente do Sindicato dos Metroviários de SP, demitida na greve 2013.
Localização
Galeria Metrópole
Av. São Luís, 187 – Centro
Loja 29, 2º andar
São Paulo – SP
8 de julho de 2017
11:00 às 13:00
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