Evandro Fadel – O Estado de S.Paulo
Os 3,1 mil funcionários da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) completaram ontem 22 dias de paralisação, a mais longa greve do setor automobilístico no Paraná. Eles pedem R$ 12 mil de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dos quais R$ 6 mil de imediato. A empresa ofereceu R$ 4,6 mil como primeira parcela, deixando a segunda para ser discutida durante o ano.
Hoje, os trabalhadores fazem nova assembleia para decidir os rumos do movimento. A perspectiva é que continuem com os braços cruzados. “Desde o início, os trabalhadores já se mostraram preparados para buscar o melhor acordo e essa postura da empresa em não querer avançar nas negociações só faz a categoria se fortalecer ainda mais”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka.
De acordo com ele, até ontem a empresa deixou de fabricar 12.960 modelos Fox, CrossFox e Golf. Pelos cálculos do sindicato, deixaram de ser faturados R$ 453 milhões, levando-se em conta a média de R$ 35 mil por carro.
Fornecedores de peças também já sentem os reflexos da greve, com redução no volume de produção e concessão de férias a trabalhadores. A empresa já fechou acordos com os trabalhadores de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos (SP) com valores inferiores ao do Paraná.
Efeito terremoto. A Toyota vai suspender a produção da fábrica de Indaiatuba (SP) mais um dia, em 27 de junho, por causa da escassez de componentes eletrônicos importados do Japão, ainda reflexo do terremoto de março. A montadora já adotou essa medida em três dias de abril e maio. A fábrica produz 300 unidades ao dia do sedã Corolla.
Na fábrica da Argentina, que produz a picape Hilux e o utilitário SW4, a montadora suspenderá o segundo turno de trabalho nos dias 17 e 14 de junho, estratégia também adotada durante três dias neste mês, o último deles hoje. / COLABOROU CLEIDE SILVA