Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Grande ABC discute trabalho decente


Escrito por Soraia Abreu Pedrozo    

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC realizam hoje o lançamento da “Agenda Regional de Trabalho Decente”. O evento ocorre na sede do consórcio, das 18h30 às 20h30, terá a presença do Ministro do Trabalho Carlos Lupi e da Diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo.

O intuito é assinar termo de compromisso da criação de comissão tripartite – com representantes do poder público, sindicatos e empresários – até abril do ano que vem. “Teremos seis meses para localizar os segmentos que ainda registram formas de trabalho precário”, conta o secretário do Desenvolvimento Econômico de Mauá, Edilson de Paula, que também preside o Grupo de Trabalho de Trabalho e Renda do Consórcio.

Segundo ele, a ideia é resolver essas questões por meio de negociações, oferecendo suporte aos sindicatos. “O papel das prefeituras será o de explicitar no edital de convocação das licitações que só participarão do processo empresas que tenham bem resolvida a questão do trabalho decente.”

Ou seja, quem não empregar com carteira assinada, utilizar mão de obra infantil e escrava, ou em casos de discriminação e assédio moral estarão de fora. “Por mais que diversos setores já tenham evoluído com o passar dos anos, ainda é alto o índice de trabalhadores acidentados. É um custo a mais para as empresas e para o governo, por conta do INSS”, diz Paula.

Serão discutidos, ainda, os setores que têm as maiores incidências de trabalho precário. Um deles é a construção civil, com os alojamentos precários por conta falta de higiene.

Outro é o setor de prensas, “Muitas empresas pequenas que utilizam as pensas excêntrias, conhecidas como chavetas, geram risco às mãos e aos dedos dos trabalhadores”, conta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André Cícero Firmino, o Martinha.

Ele diz que os avanços tecnológicos atuais permitem o uso de maquinários e materiais mais seguros. “Há 20 anos fizemos campanha na Philips para que os empregados deixassem de fabricar lâmpadas mercúrio, pois o metal ia direto à corrente sanguínea. Mas é preciso continuar discutindo essas questões mais amplas”.

Fonte: Diário do Grande ABC