Da AE
O governo deve liberar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para garantir capital de giro para o setor da construção civil, informou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Segundo o ministro, as empresas iniciaram empreendimentos e, agora, com a crise financeira, estão sofrendo com a restrição do crédito no sistema bancário. Mantega contou que tem conversado com representantes do setor, os quais têm mostrado ao governo a necessidade de recursos para dar continuidade a seus empreendimentos. “Não se trata de dar subsídio, mas capital de giro. O governo tem a obrigação de dar liquidez para que os setores continuem crescendo”, afirmou o ministro da Fazenda.
Ele disse que o setor da construção civil é muito importante para o País, porque absorve muita mão-de-obra, entre outras razões. Disse também que os produtos e serviços utilizados pelo setor são todos gerados no Brasil. “Então, é tudo de bom.” Segundo o ministro, o setor de habitação consome apenas de 3% a 4% de todo o crédito no País.
CAIXAPAR – A Caixa Econômica Federal também usará recursos de captação do FGTS para as operações da CaixaPar, empresa criada ontem pela MP 443 (Medida Provisória).
A presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, informou que o foco da instituição nessas aquisições são os setores de habitação e de saneamento.
A Caixa também poderá fazer parcerias com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) participando em conjunto de alguns empreendimentos.
O volume de recursos que poderão ser utilizados pela Caixa para essas operações e também para aquisição de bancos ainda não está fechado. Mas a expectativa da presidente da Caixa é de que em “dois ou três dias” o montante estará definido, e poderão ser iniciadas as operações.
Segundo Maria Fernanda, a CaixaPar trabalhará com preços de mercado e terá uma governança “muito claramente estabelecida”. Ela negou que haja problemas de solvência de empresas do setor de construção civil, mas ponderou que a edição da MP 443 permite mais “estabilidade e segurança” ao mercado.
A presidente da Caixa disse ainda que as aquisições que a Caixa fará serão, na realidade, uma oportunidade de negócio. “O que estamos aproveitando é uma oportunidade de negócio. Estamos nos antecipando em relação a qualquer problema que pode acontecer”, disse.
Com a medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou também a criação da empresa Caixa – Banco de Investimentos S.A.