Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Governo teme alta do PIB de só 3% em 2012

Folha SP

Indicadores extra-oficiais já apontam que crescimento neste ano pode mais uma vez ficar abaixo do esperado

Ministro da Fazenda diz, no entanto, que investimento ´muito forte´ vai ´ajudar a dinamizar a economia´

NATUZA NERY
PRISCILLA OLIVEIRA

DE BRASÍLIA

O governo começa a receber indicadores de que a economia brasileira pode ter um resultado menor do que esperado este ano. O temor é de que o crescimento estacione, mais uma vez, em patamar próximo aos 3%.

Segundo a Folha apurou, não se trata ainda de uma avaliação oficial, apenas de um alerta. Daí a ordem de soltar o investimento público para tentar garantir uma expansão do PIB (Produto Interno Bruto) superior a 4%.

Esses mesmos dados preliminares já mostravam internamente que o crescimento da economia em 2011 ficou abaixo da projeção de 3%.

Ontem o Banco Central divulgou prévia do PIB para 2011, que apontou expansão de 2,72% -a alta é de 2,79% quando são desconsideradas as influências sazonais. O número final só será divulgado em março pelo IBGE.

No último ano do governo Lula, a economia do país cresceu mais de 7%. A atividade econômica corria tão acelerada que a presidente Dilma Rousseff teve de desarmar a alta inflacionária e conter o ritmo do crescimento.

Apesar de alguns números, inclusive os apurados pelo BC, apontarem certa dose de cautela, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu ontem declarações otimistas.

“Temos um orçamento de investimentos muito forte para 2012 e isso vai ajudar a dinamizar a economia.”

Além disso, o Executivo conta com a elevação do salário mínimo e com a redução da taxa básica de juros para estimular a economia.

A equipe econômica promete uma redução nas despesas públicas neste ano equivalente a R$ 55 bilhões em relação ao que havia sido programado pelo Congresso na lei orçamentária.

O Ministério da Fazenda diz que esse corte ajudará o BC a manter a trajetória de queda dos juros e dará segurança de que o governo cumprirá a meta de superávit primário de 3,1% do PIB.

“Isso abre espaço para juros menores, contanto que a inflação esteja sob controle. E todos os índices que tenho visto apontam para uma queda da inflação”, diz Mantega.