Lula quer que acordo fechado no ano passado seja cumprido. Senado fala em reajuste de 7,71%
O governo vai insistir no cumprimento do acordo feito com as centrais sindicais pelo qual o aumento para os benefícios dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo seja de 6,14%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que desconhece o acordo feito entre os líderes dos partidos governistas no Senado prevendo reajuste de 7,71% para esse grupo.
Lula advertiu que, para conceder aumentos de benefícios, é preciso definir, primeiro, de onde sairão os recursos com que serão pagos. Após lembrar que mandou ao Congresso uma medida provisória (MP) concedendo reajuste de 6,14%, Lula disse que, “obviamente”, o Legislativo não é obrigado a “acatar o que o governo manda”, já que os parlamentares têm liberdade para propor mudanças, “mas é importante que cada um, ao votar, diga de onde vai tirar o dinheiro”.
O presidente, no entanto, fez uma reprimenda aos senadores: “Comunicaram para a imprensa e não me comunicaram”, reclamou. “Se tiver dinheiro, não há nenhum deputado ou senador que goste mais de aposentado do que eu. Não existe ninguém que defenda o trabalhador mais do que eu, mas, para pagar, eu preciso de recursos. Se eles aprovarem o porcentual, têm que mostrar de onde sai o recurso, e eu pagarei.”
Lula defendeu o acordo delineado no final do ano passado com as centrais sindicais, que resultou no aumento de 6,14% constante da MP enviada ao Congresso. “Gostaria que fosse cumprido o acordo”, disse Lula. Esse acerto, porém, não chegou a ser referendado por todas as centrais, nem pelas entidades representativas dos aposentados, que continuaram defendendo um índice maior. O anúncio dos senadores de que haviam chegado a um entendimento em torno do reajuste de 7,71%, feito anteontem.