Reunião com sindicalistas sobre salário mínimo e IR termina sem acordo; novo encontro ocorrerá na próxima semana
26 de janeiro de 2011 | 19h 28
Tânia Monteiro e Leonêncio Nossa, da Agência Estado
BRASÍLIA – O ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse há pouco que o governo admite a correção da tabela do imposto de renda em 4,5%. Segundo Carvalho, é intenção do governo seguir corrigindo a tabela pelo núcleo da meta inflacionária que é de 4,5%. Sobre reajuste dos aposentados, o ministro lembrou que não houve perda para eles. Ele ressaltou, no entanto, que essa discussão tem que ser feita com “a devida calma”.
Sobre desoneração da folha de pagamento, Carvalho disse que é legítima a reivindicação, mas ressalvou que o governo não quer continuar discutindo com as centrais sindicais apenas propostas pontuais.
“Queremos um fórum permanente de conversas”, disse após a reunião com as centrais sindicais, no Palácio do Planalto, lembrando que foi marcada uma nova reunião para o dia 2 de fevereiro.
Sem acordo
Ao final da reunião da tarde de hoje, que terminou sem acordo, os sindicalistas disseram que a reunião apenas marcou o início de uma discussão das centrais sindicais com o Planalto.
“O governo quer manter a política de valorização do salário mínimo. E isso nós também queremos. O que não tem acordo é que queremos uma excepcionalidade em relação a 2011”, disse Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Pelo critério do governo – que considera a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores -, o salário mínimo seria reajustado para R$ 545,00, mas os sindicalistas querem R$ 580,00, argumentando que houve perdas desde a crise financeira de 2009 que precisam ser recuperadas.
Já o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), o “Paulinho da Força”, disse que os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Carlos Lupi, do Trabalho, afirmaram que o governo está aberto para discutir o reajuste do salário, dos aposentados, a desoneração da folha de pagamento e a correção da tabela do IR. “Nenhum de nós estava esperando que nesta reunião estaria tudo resolvido.
O importante é que o governo abriu as negociações”, declarou o sindicalista. Paulinho disse que o governo sabe que se a discussão sobre o reajuste do salário mínimo seguir para o Congresso, o debate pode ser ainda mais acirrado. “O governo sabe a encrenca que é deixar para o Congresso resolver. Vai sair mais caro.”, afirmou.