O Estado de S.Paulo
Cleide Silva
A General Motors vai contratar 1.450 funcionários para a fábrica de Gravataí (RS) e os 19 fornecedores de peças que atuam no complexo abrirão mil novos postos. As 2.450 vagas serão abertas até março, quando o grupo iniciará a produção em três turnos de trabalho. É a primeira vez que a unidade, inaugurada em 2000, vai operar ininterruptamente. Ao todo, o complexo deverá empregar cerca de 8,4 mil pessoas.
O grupo também anunciou a abertura de 180 vagas para a fábrica de motores em Joinville (SC), que será inaugurada em 27 de fevereiro. A unidade opera em fase de testes com 70 funcionários. O anúncio das contratações ocorre no momento em que a GM fechou acordo com os metalúrgicos de São José dos Campos (SP), evitando a demissão imediata de 1,6 mil trabalhadores (leia ao lado).
As novas contratações em Gravataí são para reforçar a produção do Onix, lançado em outubro e que já está entre os sete automóveis mais vendidos do País. A versão hachback custa a partir de R$ 30,8 mil. Já a sedã chega ao mercado em fevereiro.
A GM não divulgou em quanto a produção será ampliada. A montadora acaba de concluir reformas que ampliaram a capacidade produtiva de 230 mil para 380 mil veículos ao ano, projeto que consumiu US$ 1,4 bilhão, incluindo o desenvolvimento do Onix, totalmente nacional.
A unidade também produz o popular Celta – que vendeu 137,6 mil unidades em 2012. O Prisma saiu de linha no fim do ano.
Em nota divulgada ontem, o presidente da GM América do Sul e do Brasil, Jaime Ardila, disse que o anúncio do terceiro turno consolida o complexo de Gravataí “como um dos maiores da GM global, e não estamos falando apenas da produção crescente, mas também em tecnologia”. A unidade é considerada uma das mais modernas do grupo.
Novo plano. A matriz da GM nos Estados Unidos deve divulgar, em breve, o novo plano de investimentos no Brasil para os próximos cinco anos. O programa anterior para o período 2008-2012 teve aportes de R$ 5 bilhões.
Os R$ 500 milhões anunciados no sábado para a unidade de motores e transmissões da fábrica de São José – após o acordo com os metalúrgicos – já fazem parte do novo pacote de investimentos.
O grupo também deve definir se retoma ou não a construção da segunda fábrica em Santa Catarina para produzir transmissões. O empreendimento, orçado em R$ 710 milhões e previsto para 2014, foi anunciado em fevereiro passado, mas suspenso em julho.
Segundo a montadora, metade da produção prevista, de 150 mil transmissões ao ano, seria exportada para a Europa, mas a crise naquela região atrapalhou o plano.
Em 2012, a GM vendeu 642,6 mil veículos no País, 1,66% mais que no ano anterior. O mercado total de automóveis e comerciais leves cresceu 6% no período.