Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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GM do Brasil e da Argentina prometem manter nível de empregos

Agência DIAP 

 

Depois da concordata da matriz da GM nos EUA, a unidade brasileira será mais independente financeiramente, na opinião do presidente da montadora no Brasil, Jaime Ardila.

 

Ele lembrou que a empresa dispõe de reforços para se manter e não espera receber ajuda ou socorrer a matriz nos próximos cinco anos.

 

“Não vamos receber nada da matriz e não vamos dar nada a ela nos próximos anos”, destacou.

 

Ardila afirmou que a empresa pretende manter o número atual de empregos – cerca de 21 mil – pelo menos até o final do mês, quando expira o acordo com o governo federal que possibilitou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos.

 

O fornecimento de peças para reposição e a manutenção da linha atual de modelos também estão garantidos, disse Ardila.

 

Estão mantidos também os investimentos previstos até 2012, da ordem de US$ 1,5 bilhões.

 

“O Brasil continuará sendo o terceiro mercado mais importante no mundo para a corporação, depois dos EUA e da China”, afirmou.

 

A ambição do governo dos EUA, que ficará com cerca de 60 por cento da montadora norte-americana reorganizada, é que a companhia norte-americana deixe a proteção contra falência em um prazo de 60 a 90 dias.

 

A GM será dividida em duas: a “Nova GM” e a “Velha GM”, a última que inclui partes da empresa que eventualmente serão liquidadas.

 

Segundo Ardila, a unidade brasileira da GM ficará na “Nova GM”.

 

“A recuperação judicial nos EUA não envolve nenhuma operação fora dos EUA ou operações totalmente independentes como a do Brasil”, disse Ardila.

 

“O governo dos EUA será dono da ´Nova GM´ e da GM do Brasil por um tempo”, acrescentou.

 

Segundo Ardila, a GM do Brasil é lucrativa desde 2006.

 

Entre 2002 e 2005, a subsidiária teve prejuízo acumulado de cerca de 1 bilhão de dólares, obrigando a matriz a injetar recursos na filial.

 

“Para os próximos cinco anos, estamos certos que a GM do Brasil não precisa de ajuda e não vai receber ajuda da matriz.”

 

Ardila afirmou que a GM do Brasil teve em 2008 seu melhor desempenho em 80 anos de história no país e que “está sendo lucrativa em 2009″.

 

A GM do Brasil ficou com 20 por cento do mercado nacional de veículos de janeiro a maio deste ano, de acordo com Ardila.

 

Ele prevê que a indústria nacional venda 2,6 milhões de veículos em 2009, numa melhora sobre a estimativa de 2,4 milhões divulgada três meses atrás, mas abaixo das 2,8 milhões de unidades de 2008.

 

Como exemplo da independência da filial brasileira, ele citou que a GM do Brasil não compra tecnologia da matriz.

 

Pelo contrário, a unidade exporta conhecimento em motores bicombustíveis e veículos compactos e está fornecendo engenheiros para a futura fábrica de veículos pequenos que a empresa erguerá nos EUA.

 

Nos últimos três anos, contou Ardila, a GM do Brasil teve saldo líquido positivo com a transferência de tecnologia para outras unidades do grupo de 430 milhões de dólares, dos quais 165 milhões de dólares em 2008.

 

Ardila afirmou também que nenhum veículo vai deixar de ser produzido no Brasil e disse que a companhia lançará um carro compacto de uma nova família chamada Viva, grande aposta da empresa, ainda em 2009.

 

Para o ano que vem, a GM planeja lançar mais quatro veículos, um deles da linha Viva.

 

O presidente da GM na Argentina, o brasileiro Edgar Lourencon, também disse que a montadora não demitirá como consequência do processo de concordata levado adiante nos Estados Unidos e que as mudanças não afetarão seus negócios no Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

 

Lourencon confirmou que será lançado um novo modelo para a região prevista no plano de investimentos vigente.

 

“Aqui estamos com uma operação bastante sólida, sem nenhum problema de solvência, estamos saudáveis para seguir investindo e estamos fazendo isso em um produto novo cuja produção vai começar para lançá-lo no fim de ano”, declarou ele à Rádio Continental, de Buenos Aires.

 

A GM Argentina tem uma fábrica com 2.200 trabalhadores na cidade de Rosário, 300 quilômetros ao noroeste de Buenos Aires.

 

Lourencon disse que os clientes “devem ficar tranquilos, assim como os empregados e fornecedores”, porque a empresa seguirá como esteve nos últimos anos, “com um ritmo muito forte de investimento, especialmente, para esse novo produto”.

 

“O investimento será superior aos 500 milhões de pesos (US$ 133 milhões) para o novo produto e parte desse dinheiro será recebido como apoio do Governo argentino”, comentou.

 

“Nós somos dependentes da divisão da América Latina (da GM), que seguirá operando assim”, esclareceu.

 

O governo argentino iniciou um plano de ajuda ao setor automotivo que inclui subsídios para o pagamento de salários a fim de que as empresas não demitam trabalhadores.

(Fonte: blog O outro lado da notícia, com agências)