Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
Na segunda-feira, dia 19, 100 trabalhadores da fábrica da GM (General Motors) em São Caetano vão entrar em lay-off, suspensão temporária do contrato de trabalho, até o dia 9 de abril. Esse grupo vai se juntar a outro maior, de 850 profissionais, que está afastado desde 10 de novembro.
Esses empregados, que atuam no chão de fábrica, vão receber, durante o afastamento, R$ 1.304 do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A montadora será responsável pela complementação do valor até o salário integral dos operários.
Durante todo o período, os 950 profissionais não ficarão em casa apenas, farão curso de qualificação profissional no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
“Ainda bem que a montadora optou pelo lay-off. Senão, teria de abrir PDV (Programa de Demissão Voluntária)”, comentou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.
Em reunião da entidade com a direção da GM também foi negociada a segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). “Rediscutimos as metas com a montadora e conseguimos diminuí-las em 24.167 veículos. É quase a produção de um mês. Mas com férias coletivas e lay-off, a produção diminuiu bastante”, explicou Cidão. Os cerca de 11 mil empregados, sendo 6.500 do chão de fábrica e 4.500 dos demais setores administrativo, RH, engenharia e vendas, retornam na segunda-feira.
Com o acordo, os trabalhadores vão receber neste mês segunda parcela no valor de R$ 5.826,70. Somada à primeira de R$ 7.500, paga em junho, a bonificação vai totalizar R$ 13.326,70.
“Como produzimos no ano passado 229.665 veículos, e o mínimo para cumprir 80% das metas era de 230 mil a 240 mil veículos, nós iríamos ficar devendo R$ 1.107 para a montadora”, explica o sindicalista. “Mas como obtivemos 102% de qualidade interna, 120% de absenteísmo e 91% de qualidade externa, conseguimos negociar.”
Procurada para comentar as medidas, a GM não retornou até o fechamento desta edição.