Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

GM ainda não cumpriu acordo de contratações


 

Michele Loureiro

 

A contratação de 50 trabalhadores para a fábrica de São Caetano da GM (General Motors), ainda não foi realizada. Há dez dias, a empresa se comprometeu a reforçar o quadro de funcionários depois de inúmeras reivindicações do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, sob alegação de sobrecarga dos trabalhadores.

 

Segundo o vice-presidente da entidade sindical, Francisco Nunes Rodrigues, a GM está mapeando as áreas que mais necessitam de reforço. “Esperamos que as contratações sejam realizadas até o fim da semana que vem. Os trabalhadores dispensados com a eliminação do terceiro turno terão prioridade para os novos cargos”, comentou.

 

A montadora afirmou que está iniciando o processo de seleção, analisando primeiramente os currículos dos empregados que tinham sido contratados por prazo indeterminado de trabalho.

 

Além dos 50 novos trabalhadores, a GM alegou que haverá mais reforços. Segundo a empresa, 180 trabalhadores passaram a atuar na área de produção dos veículos depois que a área de prensa foi transferida para a unidade de Mogi das Cruzes (SP).

 

“Mesmo assim, achamos que este número não será suficiente para acabar com a sobrecarga dos trabalhadores, que estão sem tempo até para ir ao banheiro”, destacou Rodrigues.

 

Nos últimos meses, o índice de absenteísmo (número de faltas) aumentou cerca de 30% na montadora. “Isso é reflexo da pressão, os funcionários estão cansados, o que se reflete na complicação da saúde deles”, explicou o vice-presidente.

 

JORNADA MAIOR – Em agosto, os trabalhadores da montadora passam a atuar 45 horas por semana. A medida acordada com o sindicato visa recuperar a produção de veículos. “Nós aceitamos aumentar a jornada porque a empresa decidiu contratar mais trabalhadores”, relatou o sindicalista.

 

Apesar de trabalhar 45 horas por semana, os funcionários só receberão por 40 horas. “Isto porque, nos meses de novembro, dezembro e janeiro, os colaboradores atuaram 32 horas semanais e receberam salário integral. Agora, trabalham mais e recebem menos. É um acordo de banco de horas”, descreveu o vice-presidente do sindicato.