Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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General Motors planeja pedir concordata país por país


BERLIM-DETROIT – A General Motors Corp (GM) está mais perto da concordata. Fritz Henderson, principal executivo da montadora, disse que está avaliando a possibilidade de pedir concordata país por país. A outra opção é a transferência da sede de Detroit, a venda de fábricas nos Estados Unidos e a renegociação do plano de reestruturação com o principal sindicato da empresa.

 

Henderson disse que ser mais provável que a GM entre com o pedido de recuperação judicial até 1º de junho – prazo fixado pelo governo norte-americano para que a montadora se reestruture ou peça concordata. “É mais provável que nós precisaremos executar nossas metas sob um pedido de proteção contra falência”, declarou Henderson. “Ainda há uma chance para que isso seja feito fora do tribunal”, acrescentou.

 

Uma eventual decisão da empresa em abandonar Detroit pode representar outro golpe para a economia de uma região já prejudicada pela recuperação judicial da Chrysler e pelo declínio acentuado na produção de automóveis. A GM comprou seu edifício-sede em Detroit, conhecido como Renaissance Center, no ano passado por US$ 625 milhões. A montadora centenária está baseada na cidade norte-americana desde 1996.

 

“Conforme observamos a estrutura, os negócios, estamos de olho em tudo, particularmente enquanto encolhemos”, disse Henderson. “Neste ponto, eu não tenho nada a comentar. Nós não temos nenhum plano para isso, mas se nós fizermos será motivado por lógica de negócios, o que seria eficiência de custos e rapidez”, acrescentou.

 

Sob o atual plano da montadora, apoiado pela força-tarefa do governo norte-americano para o setor, a General Motors vai cortar outros cerca de 21 mil empregos em fábricas nos Estados Unidos. Além disso, a empresa pretende reduzir em 40% o número de suas concessionárias, atualmente cerca de 6.200 nos Estados Unidos, até o final do ano.

 

Na semana passada, Timothy Geithner, secretário do Tesouro norte-americano, afirmou que o governo dos Estados Unidos facilitaria a concordata da GM, como fez com a Chrysler, se seus planos de reestruturação não obtiverem resultados neste mês.

 

“Há várias formas de conseguir isto. Vocês viram o que fizemos no contexto da Chrysler como uma forma de fazê-lo e se for necessário no caso da GM, nós o faremos”, disse Geithner. “Mas ainda não estamos na situação em que precisemos tomar esta decisão.”

 

Na ocasião, o secretário do Tesouro norte-americano afirmou que Washington está “bem confiante agora que conseguiremos pensar em algo” que possibilitaria a sobrevivência e viabilidade da General Motors.

 

Analistas creem que os problemas da GM são muito complexos para serem superados sem passar por um pedido de concordata ou de falência nos EUA.

 

Opel

 

A Alemanha deverá oferecer garantias de empréstimos para ajudar a GM a vender sua subsidiária Opel no caso de a montadora norte-americana vir efetivamente a pedir concordata, informou o Ministério da Economia alemão, em vista do aumento das pressões, em ano eleitoral, para que a chanceler Angela Merket poupe postos de trabalho.

 

No mesmo dia, a GM indicou que estaria interessada em manter uma participação minoritária na reestruturação de suas operações europeias e tem planos para estruturar um acordo para vender a divisão até o final do mês.

 

“Estamos conversando com diversos compradores com o objetivo de pelo menos formar uma ideia do possível acordo”, afirmou Henderson. “E nosso objetivo é fazê-lo um pouco antes do final do mês”, acrescentou.

 

A montadora italiana Fiat , que já comprou uma participação na Chrysler, tem surgido como um dos principais compradores em potencial das operações europeias da GM. A Fiat visa uma fusão de seus negócios com as marcas Opel, Vauxhall e Saab, da GM, além de suas operações na América do Sul e na África do Sul,

 

“A proposta do ministro da Economia alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg, será adotada caso a venda da Opel for iminente”, disse Felix Probst, porta-voz do ministério. Uma curadoria assumiria temporariamente a direção da Opel e o governo alemão deverá avalizar os empréstimos necessários para garantir a solvência da empresa, disse ele.

 

Ford

 

A Ford, montadora norte-americana que não precisou de ajuda federal para sobrevier, anunciou ontem que venderá 300 milhões de ações ordinárias para quitar obrigações com planos de saúde. A Ford pretende obter US$ 1,3 bilhão coma operação.

 

bloomberg agências Internacionais