Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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General Motors diz que sobreviverá sem necessidade de pedir concordata


SÃO PAULO – No dia em que a General Motors (GM) sinaliza que poderá escapar da crise sem recorrer à concordata, a rival Chrysler informa que o setor automobilístico não conseguirá se recuperar da crise e que não descarta pedir proteção judicial nos EUA.

Rick Wagoner, executivo-chefe da GM, disse ontem que continua confiante na reestruturação da companhia fora dos tribunais e advertiu que um pedido de concordata pode levar a direção e o conselho da montadora norte-americana a perder controle considerável da empresa. Wagoner disse que o pedido de concordata “poderia funcionar, mas não vai” por conta dos muitos riscos envolvidos, como um potencial colapso na receita. Segundo ele, 99% dos problemas da GM podem ser resolvidos sem que a empresa precise recorrer a essa alternativa. “A concordata também pode ser cara e ainda representaria custos para ao governo”, disse.

A montadora está trabalhando com o sindicato dos trabalhadores do setor (UAW, na sigla em inglês), e credores em acordos que reduziriam a dívida e o volume de recursos gastos em planos de saúde. Wagoner disse que tais negociações precisam ser concluídas logo e acrescentou que o governo tem de ser capaz de fornecer um acordo justo para os credores.

Já a situação da Opel – divisão da GM na Europa – não terá solução até que a General Motors defina seus planos de reestruturação com o governo dos Estados Unidos. “Tudo depende de qual conceito a companhia vai divulgar para o Departamento do Tesouro dos EUA”, informou o governo alemão.

Chrysler

Robert Nardell, executivo-chefe da montadora norte-americana Chrysler, disse ontem que não vê sinais definitivos de recuperação para o setor automobilístico. Ele elogiou a força-tarefa organizada pelo governo dos EUA para supervisionar o desempenho das montadoras americanas, mas destacou que não vê sinais de que a possibilidade de uma concordata esteja descartada. “Todas as opções estão sobre a mesa”, disse Nardelli. “Eles [a força-tarefa do governo] não disseram que a concordata está definitivamente fora de questão. Acho que eles estão sendo muito cuidadosos para não sinalizarem nenhum tipo de decisão.”

Nardelli disse também que a parceria com a italiana Fiat é “essencial” para a empresa, e a parceria levaria a economias que poderiam ser utilizadas para pagar os recursos recebidos pelo governo.