Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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General Motors abre plano de demissão

MEDIDA SERÁ IMPLANTADA NAS FÁBRICAS DE SÃO CAETANO DO SUL E DE SÃO JOSÉ; É O SEGUNDO PLANO DE DEMISSÕES ABERTO NA EMPRESA DESDE SETEMBRO

A GM (General Motors) anunciou ontem a abertura de um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária) para os funcionários das fábricas de São José dos Campos (97 km da capital) e São Caetano do Sul (ABC). A adesão ao programa poderá ser feita até dia 28 de novembro.

Volkswagen, Fiat e Ford também tomaram medidas para diminuir a produção. Na Volks, houve redução na jornada de trabalho; a Fiat decretou férias coletivas para 1.700 trabalhadores; e a Ford antecipou férias coletivas.

A queda nas exportações em razão da crise econômica mundial seria o principal motivo para as medidas. “Isso é a empresa querendo jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores”, disse o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo, referindo-se ao PDV da GM.

Os valores que serão pagos para quem aderir vão variar de acordo com o tempo em que o trabalhador está na empresa. Os incentivos para a demissão vão de quatro a seis salários. A exceção são os aposentados, que vão ganhar, além do referente ao tempo de serviço, mais três salários nominais.

Para os empregados com restrições médicas, o incentivo deverá ser multiplicado por três. Segundo informações do sindicato esses valores estão colados em murais na fábrica da GM em São José.

Quem aderir ao PDV também continuará com direito a um plano de saúde por mais quatro meses depois da rescisão do contrato de trabalho. Para funcionários aposentados, o plano continuará ativo por 24 meses, e para os lesionados com estabilidade de emprego, por 36 meses.

Além do programa de demissões, os trabalhadores reclamam também que a empresa estaria questionando junto ao INSS todos os auxílios-doença por acidente de trabalho já concedidos aos seus funcionários.

Segundo os trabalhadores, isso permite que a empresa deixe de depositar o FGTS e que o trabalhador seja demitido. A GM foi procurada ontem, mas não comentou o assunto, e a assessoria do INSS disse que vai apurar o caso.

(Bruno Saia)