Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Ganho de PLR chega a R$ 15 mil no PR


Marcelo Rehder

No final dos anos 70 e 90, Volvo, Renault e Volkswagen escolheram a Grande Curitiba para a construção de fábricas. Além de usufruir dos benefícios da guerra fiscal entre Estados e municípios, o objetivo era escapar do sindicalismo brigão e da mão de obra cara do ABC paulista.

Na semana passada, porém, a Volvo e a Renault tiveram de concordar em pagar aos operários os maiores valores por Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) do Brasil, de R$ 15 mil e R$ 12 mil. Já a Volks enfrenta greve por não aceitar o valor reivindicado pelos trabalhadores.

A mobilização dos metalúrgicos da região, hoje o segundo maior polo de produção de veículos, surpreendeu as montadoras. Os representantes das empresas negociaram a PLR com a espada na cabeça, sob a ameaça de paralisação da produção.

“Como os acionistas vão ganhar mais lucros com o crescimento do faturamento das empresas, nada mais justo que os trabalhadores tenham contrapartida na mesma proporção”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka.

Hoje, são os trabalhadores de regiões distantes do “combativo” ABC que paralisam fábricas e conseguem reajustes salariais maiores que os colegas da base historicamente mais mobilizada.

Nos últimos cinco anos, enquanto os trabalhadores do setor automotivo da Grande Curitiba acumularam aumentos de 33,9%, no ABC o número não passou de 27%.

Na Bahia, os ganhos atingiram 39,1% e no Rio Grande do Sul, 34,8%. No Vale do Paraíba, os reajustes no período foram de 33,9%. No Rio de Janeiro acumularam alta de 30,8% e em Minas Gerais, de 29,7%.