JULIANNA SOFIA – DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fundo de investimentos (FI) em infra-estrutura criado com dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) destinará cerca de R$ 10 bilhões a projetos da carteira do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A medida tenta dar mais poder de fogo ao banco, no momento em que as empresas encontram dificuldade de financiamento externo.
O valor se somará aos quase R$ 7 bilhões já repassados diretamente pelo FGTS ao banco, por meio de uma venda de títulos. O vice-presidente de fundos de governo e loterias da Caixa Econômica, Wellington Moreira Franco, explicou que o novo reforço ao BNDES não se dará por transferência direta.
“O banco apresentará uma carteira de projetos, que serão então financiados com os recursos do FI. Esses investimentos serão os mesmos definidos na lei do FI”, disse. Isso limitará o crédito aos setores de saneamento, rodovias, ferrovias, hidrovias, energia e portos. Franco disse que os projetos contemplados com recursos do FI passam pela avaliação técnica do comitê gestor do fundo.
No caso da carteira do BNDES, há o entendimento de que o banco já tem experiência na análise de risco das propostas, tornando desnecessária nova avaliação pelo comitê, que apenas validará os projetos.
Já o pleito do BNDES para obter recursos no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) encontra dificuldades técnicas. Segundo assessores envolvidos na negociação, o FAT trabalha com a possibilidade de déficits operacionais no médio prazo.