Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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FSM reafirma crença na possibilidade de um mundo melhor

Enquanto o 40º Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, termina sem definir reforma do sistema financeiro, o 10º Fórum Social Mundial afirma o evento como um espaço que reúne diferentes movimentos de várias partes do mundo.

Não como um movimento ou uma organização, mas “um espaço de convergência do pensamento progressista, em contraponto às idéias neoliberais, que superestimavam o poder do mercado”, conforme declarou Cláudio Janta, presidente da Força Sindical-RS e conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos anfitriões da Oficina Mundo do Trabalho, que reuniu sindicalistas de todo o planeta discutindo alternativas sob a ótica da Tese do Trabalho Decente, elaborada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Para CLEMENTINO VIEIRA, presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Força Sindical), “o fato de estarmos discutindo livremente a questão dos trabalhadores e dos povos do mundo já é a garantia da validade do FSM. Com a oportunidade de conversar, podemos conhecer como é a vida e o trabalho em países vizinhos e como podemos projetar a vida do futuro, para os nossos filhos”.

PAULO PEREIRA DA SILVA, o Paulinho, presidente nacional da Força Sindical e deputado federal, afirmou: “O fórum Social tem sido importante para pressionar os países ricos a pensar mais no lado social e nos trabalhadores. O FSM vai cada vez mais influenciar o mundo com essa visão. É importante, então, que a gente continue insistindo na tese de que o mundo tem que mudar para melhor e se voltar para o bem estar das pessoas”.

Acompanhe a avaliação das demais lideranças sobre a importância de uma década do FSM:

SAMUEL GUSMAN, diretor da la Confederacion Equatoriana de Organizaciones Sindicales (CEOLS)

“Foram dez anos de luta dos trabalhadores e das organizações sociais em todo o mundo, permitindo uma nova visão dos governos a respeito dos problemas mais agudos, como o desemprego, a convivência com a Natureza e o despertar para o conhecimento da tese do Trabalho Decente. Trata-se de uma nova visão de uma situação real. Também, a implementação de novas tecnologias tem diminuído a ocupação, não havendo trabalho, mas um mundo de desocupados. O Equador está vivendo essa triste realidade, com um altíssimo índice de desocupação dos trabalhadores, devido à ação das transnacionais que não permitem a criação de novas fontes de trabalho”.

JORGE NOBRE DOS SANTOS, vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) de Portugal e secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), que congrega 36 sindicatos.

“Porto Alegre continua a ser a afirmação do Fórum Social Mundial e mantém viva a mensagem de que um outro mundo é possível. Os problemas dos trabalhadores portugueses e europeus são os mesmos enfrentados do outro lado do continente. Daí sermos solidários aos imigrantes, defendendo a vigência das mesmas regras para todos, já que abrigamos a maior comunidade de imigrantes brasileiros”.

MIGUELANGEL VASQUES, secretário de Organizacion de la Central Autônoma de los Trabajadores Salvadoreños (CAT), afiliada à Confederacion de los Trabajadores e Trabajadoras de las Américas

“Coincide com a realização do Fórum Social Mundial a consciência da importância da participação e da criação de oportunidades. Defendemos a participação tripartipe, que envolva os trabalhadores, governos e empresários, como única alternativa para discutir e avançar nas soluções dos problemas regionais e nacionais”.

ADEMIR FIGUEIREDO, coordenador de Estudos e Desenvolvimento do DIEESE

“Através das prática antissindicais, as empresas agem coibindo os trabalhadores a não contribuir e participar da vida sindical. No Brasil, há uma cultura antissindical e, em geral, as empresas no Brasil são antidemocráticas, no sentido de impedir a discussão no âmbito dos problemas”.

JOÃO CARLOS GONÇAVES JURUNA, secretário-geral nacional da Força Sindical

“O Fórum ajudou a integrar opiniões divergentes no campo dos trabalhadores e de uma sociedade mais progressista. Não é à-toa que no Brasil as centrais sindicais têm conseguido praticar ações unitárias, com negociações com o governo e o empresariado, tendo conquistado expressivas vitórias. No FSM essa unidade vem sendo aprimorada e a oportunidade de diferentes opiniões ser levadas em consideração”.

JOSÉ FOGAÇA, prefeito de Porto Alegre

“Trabalho Decente só mesmo com o fortalecimento dos sindicatos e do movimento sindical. Não haverá trabalho decente sem a organização sindical. Só no ambiente da democracia e do respeito às instituições. Há dez anos, o FSM tem apregoado que um outro mundo é possível. Outro mundo em termos de valores, de políticas públicas e uma nova forma de encararmos as relações humanas”.

DANILO PEREIRA DA SILVA, presidente da Força Sindical de São Paulo

“A sociedade se conscientizou de que ao estar organizado o povo pode fazer um mundo melhor, com mais acesso e inclusão. O saldo dessa década do Fórum é a multiplicação de pessoas mais conscientizadas e lutando por aquilo que é melhor para a nossa vida e para o mundo. As centrais entenderam que têm de estar ao lado do cidadão em todos os momentos”.

EUNICE CABRAL, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados

“Embora já tenhamos avançado muito nos direitos adquiridos pelos trabalhadores, mulheres e jovens, ainda há um bom trecho a percorrer. Devemos discutir ainda mais a tese do Trabalho Decente, lutar pela redução da jornada para 40 horas, defender índices maiores para as aposentadorias e manter o fortalecimento do salário mínimo, para que ele não perca o poder aquisitivo. A luta das mulheres é um ponto fundamental na política do país, pois somos as maiores economistas do mundo. Infelizmente, ainda há poucas mulheres nos postos de mando”.

LOURIVAL FIGUEIREDO MELO, presidente da Federação dos Empregados e Agentes Autônomos do Estado de São Paulo (FEAACC)

“Por ser uma das classes mais antigas, os comerciários merecem ter sua atividade reconhecida como profissão, o que ainda é um sonho. A falta de regulamentação impede que a categoria tenha uma jornada mais justa e uma condição de trabalho melhor. Também defendemos a existência de um piso nacional e a unificação das datas-base, pois somos a classe que mais atende e está presente no dia-a-dia da população. No FSM, a categoria comerciaria de todo o país se fez presente em Porto Alegre isso fez um grande bem para o avanço de nossa causa”.

JOSÉ GABRIEL TEIXEIRA DOS SANTOS, secretário de Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI)

“A sociedade brasileira evoluiu muito nessa década e o Fórum tem tudo a ver com isso, devido à profundidade dos temas debatidos desde a primeira realização do evento. Com a participação crescente de outras nações, são agregados novas realidades e conhecimentos, que são válidos no enfrentamento da globalização econômica. A unidade das centrais é uma realidade do sindicalismo brasileiro e prova que estavam errados aqueles que apregoavam a existência de uma única central. As seis centrais fazem parte de todas as negociações com o governo e asseguram a presença dos trabalhadores nas soluções dos problemas do país”.

VALTER SOUZA, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Porto Alegre

“Houve uma amadurecimento na atuação das centrais no Fórum Social Mundial. A Nova Central participou com expressão da marcha e dos intensos debates da Oficina Mundo do Trabalho. A unidade entre as centrais se fortaleceu entre o Fórum de Belém, em 2009, e este de Porto Alegre. Demonstramos nossa solidariedade aos povos oprimidos de todo o mundo – da África ao Oriente Médio – afirmando a unidade internacional da classe trabalhadora”.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Força Sindical do RS
Com adaptação da Assessoria de Imprensa da CNTM para o site