Pelo que estamos percebendo, a classe patronal do setor metalmecânico está nos empurrando para as greves nesta Campanha Salarial 2020 da categoria metalúrgica com data-base em 1° de novembro.
As greves poderão ser deflagradas se eles vierem com as mesmas propostas indecorosas que foram feitas, por exemplo, para os trabalhadores metalúrgicos com data-base em setembro, para os bancários e para os químicos.
Os patrões, que não estão querendo pagar nem as perdas salariais do período, em torno de 3%, sinalizam que este ano não haverá aumento real.
Vamos, então, focar na luta pela renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho, que são superiores à legislação, sem abrir mão das perdas inflacionárias, tendo também como parâmetro nas negociações o alto custo da cesta básica.
Queremos que a sociedade entenda que estamos abertos às negociações de alto nível, mas também ciente de que a classe patronal tem dificultado muito o diálogo em busca de um bom acordo salarial, que garanta o poder de compra dos salários e uma força a mais para a classe trabalhadora superar com mais tranquilidade e saúde financeira este período de pandemia.
Sabemos que o País ainda está em recessão, mas, embora lenta, há sim uma retomada econômica em alguns setores, entre eles o industrial e o metalúrgico, pois o “buraco” não foi tão grande como muitos, inclusive os economistas de renome nacional, esperavam.
Não podemos, portanto, em nossa Campanha Salarial 2020, deixar escapar a conquista de um reajuste digno para os 800 mil metalúrgicos representados pelos 54 sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos e à Força Sindical em todo o Estado de SP, com data-base em novembro.
Se a Campanha Salarial não for fortalecida, até mesmo com greves como resposta à intransigência patronal, as perdas salariais podem não ser nunca mais recuperadas.
O momento é este, a hora é esta. Se as negociações em São Paulo, entre os nossos dirigentes sindicais e departamentos jurídicos e os grupos patronais, não evoluírem adequadamente, vamos aqui em Mococa e região partir para os acordos diretos com as empresas de nossa base.
Se está difícil para o setor produtivo, queremos que as empresas de nossa base saibam que para os trabalhadores a questão é de sobrevivência e está muito mais difícil.
Contamos com a reflexão e conscientização de todos neste momento que precisa ser de solidariedade e apoio à classe trabalhadora que produz e contribui com a produção, com o desenvolvimento e com a superação da crise.
Francisco Sales Gabriel Fernandes, o Chico
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mococa e região e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de SP