Lideranças do SC, RS e PR aprovaram moção de repúdio às reformas da previdência e trabalhista e ao aparelhamento partidário da Força Sindical
Florianópolis-18/02/17 – Lideranças da Força Sindical de várias categorias nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, representando milhares de trabalhadores se reuniram para debater o 8º Congresso Nacional da central, os encaminhamentos e principalmente as alternativas do fortalecimento da central.
Este ultimo item surge da necessidade de priorizar a luta da central pela classe trabalhadora do país, independente de posições partidárias e vai nortear a Força Sul no Congresso a ser realizado no mês de junho, em Praia Grande, São Paulo, com o objetivo de definir a ação sindical para os próximos 4 anos.
Para marcar posição, foi aprovada na reunião uma moção de repudio (veja abaixo) às reformas da previdência e trabalhista e ao aparelhamento partidário da Força Sindical.
“Precisamos questionar, qual a central que queremos? Se depender de nós o foco será sempre a luta pelos trabalhadores, principalmente, na atual conjuntura de crise econômica, desemprego e ameaças aos direitos trabalhistas, a exemplo das reformas trabalhistas e previdenciária”, frisou o presidente da Força-PR, Sérgio Butka.
A linha explanada por Butka entra em sintonia com o pensamento das lideranças do Rio Grande Sul e Santa Catarina. O consenso pelo fortalecimento da Força Sindical ficou evidente na reunião.
“A central ultimamente tem tomado algumas atitudes que não vão ao encontro da classe trabalhadora. Por isso é importante este posicionamento que faz a Força voltar ao seu rumo”, analisou o presidente da Força-RS, Claudio Janta.
“A Força Sul sempre fez o seu papel de fazer um movimento sindical mais ativo. A nacional precisa escutar os estados para que possamos ajudar na luta pelos trabalhadores”, ressaltou o presidente da Força-SC, Osvaldo Mafra.
Em breve a Força Sul vai definir a realização, provavelmente em março, de um seminário para debater e definir as ações para o Congresso Nacional da central.
CARTA DA FORÇA SUL
*MOÇÃO DE REPÚDIO ÀS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA E TRABALHISTA E AO APARALHEMENTO PARTIDÁRIO DA FORÇA SINDICAL*
Na condição de representantes de mais de dois milhões e meio de trabalhadores, nós, presidentes e diretores de entidades filiadas à Força Sindical nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vimos a público manifestar nosso repúdio às mudanças que subtraem direitos dos trabalhadores, consignadas nas reformas da Previdência e Trabalhista do governo federal.
De mesmo modo manifestamos nossa contrariedade ao fato da Força Sindical encaminhar tratativas no Congresso Nacional sobre essas matérias sem abrir um amplo debate interno com seus sindicatos filiados, assumindo posições de um partido como se fossem da central sindical. Entendemos que as posições partidárias pessoais de dirigentes sindicais não devem, em hipótese alguma, sobrepor-se aos interesses dos trabalhadores.
Nossa central deve ser para o trabalhador não só no discurso de marketing, mas também em suas posições políticas e iniciativas.
Reafirmamos as posições dos 5º, 6º e 7º congressos nacionais da Força Sindical, no sentido de manter a unicidade pela base, a qual vem sendo afrontada constantemente por encaminhamentos da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Por fim, destacamos: Urge que a Força Sindical de uma guinada efetiva no sentido da luta trabalhista e se blinde contra interferências partidárias, sob pena de uma grande debandada de sindicatos, sob pena do enfraquecimento da classe trabalhadora e do esfacelamento de todo o arcabouço de direitos que conquistamos, a duras penas, com anos de luta.
Florianópolis, 18 de fevereiro de 2017