Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Movimento Sindical

Força Sindical protesta com sardinhas em reunião de Mantega com empresários

Folha de S. Paulo

SOFIA FERNANDES

DE BRASÍLIA

12/03/2014  12h38

A mudança do dia e local da reunião do ministro Guido Mantega (Fazenda) com representantes de grandes grupos empresariais –de ontem, em São Paulo, para hoje, em Brasília– não despistou a sardinhada organizada pela Força Sindical.

O churrasco está acontecendo desde a manhã desta quarta-feira (12), ao lado da entrada privativa do ministério, reservada para o ministro, secretários e convidados. Os sindicalistas estão assando 40 quilos do peixe fresco e oferecendo ainda abacaxis para quem participa do protesto.

Há faixas no local, como “Mantega dá banquete para os poderosos e o povo fica na sardinha” e “Jurão e Pibinho, dupla preferida do governo”.

Mantega está reunido neste momento com empresários para tratar de conjuntura econômica e sobre a medida provisória que trata da tributação de filiais de empresas brasileiras no exterior. Empresários como Murilo Ferreira, da Vale e Jorge Gerdau (Gerdau) estão presentes.

Todos participarão de um almoço em seguida.

O deputado federal Paulinho da Força (SDD) falou, durante a sardinhada, que o protesto é uma forma de mostrar que o governo só atende os “poderosos, endinheirados e tubarões”.

Entre as reivindicações dos sindicalistas estão o fim do fator previdenciário e a correção da tabela do Imposto de Renda.

“É ano eleitoral, político tem coração mais mole nessa época. Vamos ver se a gente amolece o coração da mulher [a presidente Dilma Rousseff]”, falou.

Sérgio Lima/Folhapress

Sindicalistas protestam com sardinhada em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília

REUNIÃO

Na reunião, a Fazenda iria abrir negociações com os empresários em relação à nova legislação sobre tributação de filiais de empresas brasileiras no exterior.

A princípio, a reunião debateria apenas a conjuntura econômica. A ideia do ministro era abrir a palavra para todos os empresários falarem de inflação, investimentos e crescimento da economia.

Segundo seus assessores, ele pretendia ouvir mais do que falar, como parte do movimento do governo de se aproximar das empresas e reduzir as críticas a sua política econômica.

Agora, um dos pontos principais da reunião será a MP 627, incluída na agenda da reunião porque a nova lei, de forte impacto para as multinacionais brasileiras, tem gerado reações.

Os empresários querem convencer o governo a ceder em alguns tópicos, como no prazo para o pagamento dos tributos e na fatia do lucro lá fora que será tributada.

A reunião com grandes grupos ministeriais provocou protestos de associações que reúnem pequenas e médias indústrias, como a Abimaq, do setor de máquinas.

Segundo eles, o encontro é um “ato político” e não resolve os problemas da indústria.

 

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