Jaélcio Santana
Uma passeata da Praça da Sé até o Viaduto Santa Ifigênia em São Paulo reuniu cerca de 3 mil trabalhadores ligados à Força Sindical, e as demais centrais sindicais, em um protesto pelo fim do fator previdenciário e pela correção da tabela do Imposto de Renda (IR).
“Estamos nas ruas para falar do fator que já devia ter acabado há muito tempo. O Fator é um desastre porque tira 40% do benefício no ato da aposentadoria. Já a tabela do IR precisa ser reajustada pela inflação, caso contrário os aumentos reais conquistados pelas categorias serão corroídos no pagamento do Imposto de Renda”, declarou Miguel Torres, presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Vale lembrar que a tabela do IR está defasada em 62,77%. Os trabalhadores cobram que o governo faça a correção da tabela todos os anos porque, caso contrário, o imposto corrói os reajustes conquistados me usas campanhas salariais. Já o fator é um critério utilizado para calcular o valor das aposentadorias, considerando o tempo de contribuição, idade e expectativa de vida, que reduz o valor do benefício em até 40%.
O presidente licenciado da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, disse que o fator é uma conta perversa que tira uma boa parcela dos benefícios dos aposentados. “O fim do fator custaria ao governo R$ 3 bilhões, mas o governo se recusa a acabar com a medida. No entanto, não hesita em gastar R$ 17 bilhões em desoneração da folha de pagamentos das empresas e vai acabar quebrando a Previdência”, criticou.
Paulinho sugeriu às centrais pressionar os parlamentares a travarem a pauta de votação do Congresso Nacional até que o governo acabe com o fator previdenciário. “O Solidariedade já fecho questão e vai obstruir a votação. Ou vota o fator ou não vota nada”, informou. Já a tabela do IR, Paulinho defende que ela seja corrigida pela inflação.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical, Carlos Andreu Ortiz, ressaltou que os trabalhadores da ativa e aposentados estão corretos em mostrarem a insatisfação com o fator previdenciário. “Nossa luta é pela recuperação do poder de compra dos aposentados”.
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, explicou que os trabalhadores insistem na luta contra o fator previdenciário e querem negociar uma alternativa, como a fórmula 85/95, representando a soma da idade e do tempo de contribuição para mulheres e homens, respectivamente.
Por Dalva Ueharo
Imprensa Força Sindical