Mais do mesmo
“O Copom (Comitê de Política Monetária) ratifica o aperto monetário elevando, pela 7ª vez consecutiva, a taxa básica de juros. Com isto, o Brasil ostenta a maior taxa de juros do mundo. Mais uma vez o governo se curva aos interesses dos especuladores. As consequências da elevação da taxa são mais do que notórias: redução do consumo, da produção e do emprego. A medida evidencia a falta de prioridade do governo com relação ao crescimento econômico e, sobretudo, com relação ao desenvolvimento econômico.
A Força Sindical reforça sua posição: a política monetária precisa ser subordinada ao projeto de desenvolvimento do País, e não o contrário. Os resultados da indústria em 2013 foram decepcionantes, a produção industrial andou de lado, e nem ao menos recuperou a queda de 2012 (-2,7%). Essa mesma indústria, que tem um papel de dinamismo na economia, apresentou em 2013 o maior déficit comercial da história. Por outro lado, os trabalhadores já sentem os impactos dessa estagnação com a perda de empregos. A elevação da Taxa Selic agrava ainda mais o cenário, já pessimista, para 2014.
Para a Força Sindical, o governo é errático e reedita medidas paliativas que, no longo prazo, acabam por demonstrar a ausência de um projeto consistente e robusto de crescimento sustentado da economia. O governo deve ser corajoso e buscar alternativas de médio e longo prazos, fugindo das armadilhas do curtíssimo prazo. Combater a inflação é importante, sim. Mas, o governo persiste nos mesmos erros, tratando o crescimento econômico e a geração de empregos unicamente como retórica”.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical e da CNTM