Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Força Sindical ameaça fazer protesto contra demissões da Delta

Globo Online

Entidade vê risco de demissões em vários estados e pede reunião com governo e construtora

Silvia Amorim
Publicado: 21/05/12 – 19h05

Sindicatos que representam trabalhadores dos canteiros de obra da construtura Delta ameaçam fazer um protesto em frente ao Palácio do Planalto caso o governo e os controladores da empreiteira não se reúnam ainda nesta semana com sindicalistas para tratar das demissões feitas pela empresa.

Na semana passada, cerca de 800 operários foram dispensados do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) depois que a Petrobras rompeu dois contrato com a construtora.Os contratos rescindidos são os firmados com os consórcios Itaboraí-URE e Itaboraí-HDT, compostos pelas empresas Delta, TKK Engenharia Ltda e a Projectus Consultoria Ltda.

Segundo a Petrobras, o contrato com o Itaboraí-URE, no valor de R$ 532 milhões, foi celebrado para realização de serviços de construção e montagem da Unidade Industrial de Tratamento, Recuperação e Armazenamento de Enxofre. Já o contrato com o Consorcio Itaboraí–HDT, no valor de R$ 311,5 milhões, era para prestação de serviços de construção e montagem da Unidade de Hidrotratamento de Nafta.

– Estamos preocupados porque a Delta tem em obras em 22 estados cerca de 30 mil empregos diretos e 100 mil indiretos. Os trabalhadores não têm culpa do que está acontecendo. Não podemos deixar que essa cachoeira afogue os trabalhadores. Essa cachoeira não é nossa – afirmou o presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, numa referência ao bicheiro Carlos Cachoeira.

Os sindicatos temem uma onda de demissões caso o governo determine o rompimento dos contratos com a empreiteira. Está em análise pela Controladoria Geral da União (CGU) a possibilidade de declarar inidônea a Delta.

– Estamos tentando abrir um diálogo com o governo para encontrar uma saída para esses trabalhadores – disse Torres.

O ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, foi procurado na semana passada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da Força Sindical, que expôs a preocupação da central com a demissão de trabalhadores no caso de a empreiteira ser declarada inidônea.

– Disse a ele que por trás de cada uma dessas obras há milhares de trabalhadores. Ele me tranquilizou e disse que a tendência é que a decisão do governo atinja contratos no futuro e não os atuais. Queremos uma reunião para que o governo oficialize isso – afirmou Paulinho.