Diretores da Força Paraná denunciam a tentativa de alguns vereadores de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, em querer aprovar um projeto que altera a lei de proibição do amianto na cidade, trazendo retrocesso para essa importante conquista dos trabalhadores, obtida em 2013. Na ocasião, após intensa mobilização da Central, foi aprovada a lei que proibia uso do mineral cancerígeno no município. Para que as empresas pudessem se adaptar a nova lei, foi dado um prazo de três anos, período que finda esse ano.
Pois bem, agora alguns vereadores da cidade querem, por meio de uma emenda, estender esse prazo por mais três anos, proposta rechaçada pela Força Paraná e por várias entidades que estão na luta contra o amianto. O projeto está previsto para ser votado na próxima terça (07).
“Esse projeto é uma aberração que atenta contra a vida do trabalhador. As empresas tiveram três anos para se adaptar, não o fizeram e agora querem mais uma regalia. Estender esse prazo é estender os riscos para saúde dos trabalhadores. Por isso, estamos convocando a população para pressionar os vereadores a tomarem jeito e enterrarem esse projeto nocivo”, diz o diretor da Secretaria de Saúde da Força PR, Osvaldo Silveira.
Força aciona Ministério Público
Para barrar o projeto, a Força Paraná acionou os conselhos municipais de saúde, trabalho e meio ambiente e o Ministério Público do Trabalho, que já enviou uma notificação aos vereadores. Segundo a promotora do MPT, Margaret Matos de Carvalho, a notificação alerta os vereadores que terão que responder por sua falta de responsabilidade. “Ao saberem dos riscos associados à exposição do amianto alterando a lei municipal para prolongar por mais 06 anos a utilização deste material, os vereadores estão cientes de que podem responder por crime capitulado no art. 132 do Código Penal. Além disso, os autores da proposta estão sujeitos à investigação de possível benefício financeiro com a proposta.”, alerta a promotora.
Para o diretor da subsede de São José dos Pinhais do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Gerson Tainha, a alteração significa retrocesso. “Os vereadores simplesmente querem dar um passo para trás, ignorando os riscos para a saúde dos trabalhadores”, diz.
Amianto mata
Altamente cancerígeno, o amianto é um mineral usado principalmente na fabricação de telhas de fibrocimento, popularmente conhecido pela marca Eternit. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) o amianto mata 100 mil pessoas por ano. “É fato. A OIT recomenda a eliminação dessa substância. Não existe um limite seguro para o uso do amianto”, afirma o médico do trabalho do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Drº Zuher Handar.
Atualmente 45 países proíbem seu uso, entre eles, França, Alemanha, Itália, Japão, Austrália, Argentina, Uruguai e Chile. No Brasil, o amianto já é proibido nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Pernambuco.
Veja aqui quem são os vereadores que são contra a vida dos trabalhadores:
– Antônio Gilberto de Mello – PV
– Afonso Tadeu Camargo – PSB
– Bira do Banco – PCdoB
– Carlos Machado – PSDB
– Edison Luiz Celli – PSDB
– Ido Antoninho Lunelli – PMDB
-Jorge Viera da Silva – PTB
– Luiz Carlos Monteiro – PSB
– Luiz Paulo de Lima – PSB
– Maria Lucia Stoco – PEN
– Sylvio Monteiro – PTB
– Wilson Cabelo – DEM