Nota oficial
O rebaixamento da nota de crédito do Brasil, pela Fitch Ratings, anunciada nesta quarta-feira (16), é um balde de água fria na economia brasileira. Ao perder o selo de bom pagador para investidores, o governo dá uma demonstração de incompetência na área econômica e de sua instabilidade política. Vale ressaltar que a política econômica equivocada que o governo adota resulta em carimbo de País com tendência a caloteiro.
O rebaixamento indica que não haverá recuperação econômica no curto prazo, o que amplia o pessimismo dos agentes econômicos e tira os incentivos aos investimentos produtivos. É importante destacar que uma avaliação positiva ajudaria o País e suas empresas a conseguirem empréstimos no exterior com melhores condições de pagamento e juros menores. Portanto, o dinheiro para investimento ficará mais difícil e caro. Com isto, teremos um efeito cascata para a economia: crédito mais caro, menos investimentos, produção em queda e menor geração de emprego.
Há tempos somos críticos desta nefasta política econômica, que penaliza os menos favorecidos e se curva aos especuladores. O rebaixamento, lembramos, vai obrigar a equipe econômica a aumentar as taxas de juros para manter capital no Brasil. Juros que estão em patamares exorbitantes e sangram a economia. O Brasil gastou 506 bilhões de reais para pagamento de juros da dívida no período entre outubro de 2014 e outubro de 2015. Dinheiro que poderia ser investido, por exemplo, em educação, transporte e saúde.
Esta política, priorizando os especuladores, resulta em queda da atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego, diminui a capacidade de consumo das famílias e compromete o crescimento econômico. E a postura conservadora, por parte do governo, mina qualquer esperança de sua recuperação ainda para este ano.
Infelizmente, a incapacidade do governo de conduzir a economia voltada para o desenvolvimento e para o crescimento sustentável, aliada à instabilidade política, resultou em um Natal em que o Brasil ganhou de “presente” um carimbo de País duvidoso na hora de honrar seus compromissos financeiros.
Miguel Torres
Presidente Força Sindical e CNTM