DA REDAÇÃO
O FMI (Fundo Monetário Internacional) deve dizer nas suas próximas previsões que a economia global vai encolher neste ano, segundo o chefe do Departamento para o Hemisfério Ocidental do organismo, o chileno Nicolás Eyzaguirre.
“Nós não podemos dizer ainda que as coisas estão ficando melhores”, disse Eyzaguirre no Congresso Ibero-Americano de autoridades de finanças que ocorre em Portugal. “Na verdade, o FMI deve reduzir ainda mais sua previsão para o crescimento global, provavelmente para o território negativo.”
Após duas revisões, o FMI estima que a economia mundial crescerá 0,5%, que, caso confirmado, será o menor avanço desde o fim da Segunda Guerra, em 1945. Em outubro, quando a crise mundial começou a ganhar ainda mais força com o pedido de concordata do banco de investimento americano Lehman Brothers, a previsão do Fundo era de um crescimento de 3% para o PIB global.
A declaração de Eyzaguirre é a primeira de um membro do FMI dizendo que a economia mundial poderá se retrair neste ano. Há duas semanas, o diretor-gerente do Fundo, o francês Dominique Strauss-Kahn, afirmou que o PIB mundial poderá ficar estagnado. “A situação está bem clara: 2009 está determinado em grande parte e será um ano muito ruim”, disse ao jornal “Les Echos”.
No entanto o FMI, caso a afirmação de Eyzaguirre esteja correta, não será o primeiro organismo internacional a prever queda na economia mundial. O IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês, que reúne mais de 300 bancos) projeta uma retração global de 1,1% para este ano.
Meirelles
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que também participa do evento em Portugal, afirmou ontem que os mercados financeiros terão “produtos mais simples” e mais transparentes após a crise que atinge a maioria das economias mundiais.
“Não tenho dúvida de que teremos mercados financeiros com produtos mais simples”, afirmou Meirelles, de acordo com a Agência Lusa.
Com agências internacionais