Valor Online
Francine De Lorenzo
SÃO PAULO – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que, até o final do ano, serão fechados 60 mil postos de trabalho na indústria de transformação paulista. De janeiro a agosto, o setor criou 180 mil vagas, mas a previsão da Fiesp é de que a indústria de São Paulo termine 2010 com a geração de 120 mil empregos.
Apesar da redução esperada para os próximos meses, se confirmada a projeção da Fiesp, o crescimento no emprego no setor industrial paulista será de 5% neste ano, o maior percentual da série histórica iniciada em 2005.
A dispensa de pessoal nos próximos meses deve ser puxada pelo setor de açúcar e álcool, que responde por mais de 25% do emprego gerado no país em 2010. Já em agosto, o setor foi responsável pelo maior corte de mão-de-obra na indústria de São Paulo, com a demissão de 1684 trabalhadores.
O diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, explica que as dispensas resultam principalmente da mecanização do setor, tendência que deve se manter nos próximos meses. “Esses trabalhadores acabarão buscando empregos em outros setores, como na construção civil”, afirma. Os empregos na construção civil não são contabilizados no levantamento feito pela Fiesp.
Segundo Francini, o nível de emprego na indústria de transformação de São Paulo ainda não recuperou o patamar pré-crise, embora “esteja muito próximo”. Pelos seus cálculos, ainda é necessário criar 30 mil vagas para se chegar ao nível de 2008. “Devemos voltar a esse patamar no começo de 2011”, prevê.
Para 2011, a expectativa de Francini é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 4,7%, o que permitiria uma expansão do emprego “mais ou menos nessa faixa”. Já a atividade na indústria, segundo o diretor da Fiesp, deverá crescer mais, “pois é ela que carrega o PIB”. (Francine De Lorenzo | Valor)