O momento crítico pelo qual passa o Brasil, nos aspectos político e econômico, foi o tema central de um encontro entre lideranças sindicais realizados na sede da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos, Mecânicos, Material Elétrico, Eletrônico, Implementos Agrícolas do Estado do Rio Grande do Sul (Fetrameiag-RS), em Porto Alegre-RS, na manhã do dia 2 de março.
O encontro contou com a presença de representantes dos sindicatos que integram a entidade, reunidos para debater alternativas diante de um cenário de crise, junto ao Presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e Vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
“Estamos muito preocupados com a atual conjuntura e, infelizmente, não conseguimos visualizar uma luz no fim do túnel para a recuperação do país. A sociedade está pagando um alto preço diante de um modelo de gestão Federal cujas diretrizes político-econômicas não incentivam a produção e pode, realmente, comprometer o futuro de toda a nação”, disse Torres.
De forma unânime, os sindicalistas apontaram severas críticas ao governo e reportaram as conseqüências que estão sendo verificadas em suas regiões de base de atuação – a categoria metalúrgica vem enfrentando dificuldades como a diminuição dos postos de emprego, falência de empresas e retração da atividade industrial. Somados, esses fatores impactam negativamente a qualidade de vida dos profissionais do setor.
A confirmação dessa percepção negativa veio com a apresentação do técnico do DIEESE, Altair Garcia, trazendo números sobre o desemprego no país. Um dos destaques na agenda do encontro, a explanação detalhou a realidade dos setores produtivos e da indústria de transformação, com dados do Caged, referentes a janeiro de 2016. Preocupantes, os indicadores mostraram o fechamento de postos de trabalho, com demissões superando largamente as contratações.
O panorama verificado em janeiro de 2016 é o segundo pior nível de emprego para o mês desde 1992, perdendo apenas para janeiro de 2009. “Enquanto lideranças sindicais, estamos atentos ao que está ocorrendo e procurando alternativas para preservar as conquistas dos trabalhadores e garantir o cumprimento de seus direitos. O debate em busca de alternativas e a união das entidades de classe, visando o fortalecimento coletivo, são algumas ferramentas das quais dispomos para exercer nosso compromisso em defesa dos metalúrgicos”, avalia o presidente da FETRAMEIAG-RS e do STIMMME-BG, Elvio de Lima.